China veta alimentos de municípios japoneses por despejo de água de Fukushima
Plano japonês de despejar durante décadas a água armazenada na central nuclear devastada foi aprovado AIEA
A autoridade alfandegária da China anunciou nesta sexta-feira (7) que proibirá a importação de alimentos de 10 municípios japoneses devido ao plano de Tóquio de despejar no oceano água tratada da central nuclear de Fukushima.
O organismo informou que "proibirá a importação de alimentos de 10 prefeituras do Japão, incluindo Fukushima", por motivos de segurança e que vai medir a radiação dos produtos procedentes do restante do arquipélago nipônico.
"A Alfândega da China manterá um nível elevado de vigilância", afirma um comunicado que não divulga os nomes dos municípios afetados.
O plano japonês de despejar durante décadas a água armazenada na central nuclear devastada foi aprovado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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O projeto deve começar em breve, mas tem a rejeição de alguns países vizinhos, em particular a China, e de alguns moradores de Fukushima, como as comunidades pesqueiras que temem perder os clientes pelo temor da radiação.
O ministério das Relações Exteriores da China afirmou na quinta-feira que o relatório favorável da AIEA não pode ser considerado um "sinal verde" para o plano de Tóquio e fez um alerta contra os riscos desconhecidos para a saúde humana.
Desde o acidente nuclear de 2011, provocado por um terremoto e um tsunami, 1,33 milhão de metros cúbicos de água subterrânea, da chuva e do sistema de refrigeração da usina foram acumulados na central.
A operadora da central (TEPCO) afirma que o sistema de tratamento de águas residuais elimina quase todos os radioisótopos, exceto o trítio, e que a água tratada e diluída não é diferente da despejada por outras usinas nucleares do mundo.
Os argumentos, no entanto, não convencem Pequim: "O Japão ainda tem muitos problemas a respeito da legitimidade do despejo no oceano, da confiabilidade do equipamento de purificação e ao monitoramento completo do plano", afirmou a Alfândega chinesa.
Ao mesmo tempo, o governo da Coreia do Sul afirmou nesta sexta-feira que o plano do Japão de liberar, após tratamento, a água acumulada na central de Fukushima terá "consequências insignificantes" para a sua população.
O projeto enfrenta grande oposição e protestos entre a população sul-coreana - muitas pessoas estocaram sal marinho porque temem a poluição do oceano.
Um estudo independente encomendado pelo governo de Seul, no entanto, afirma que o plano de Tóquio está de acordo ou até melhora as normas internacionais de resíduos nucleares, anunciou o ministro da Coordenação Política, Bang Moon-kyu.
A análise concluiu que o despejo de água terá "consequências insignificantes" na Coreia do Sul, afirmou o ministro.
De acordo com o estudo, a água liberada no oceano levará 10 anos para chegar à península coreana e isto acontecerá com um nível de radiação 100 mil vezes inferior, disse Moon-kyu.