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Luto

Cid Moreira: 'Cidão', como era conhecido entre colegas, ganhou documentário; 'Vivi o meu caminho'

Apresentador e locutor morreu nesta quinta (3), aos 97 anos, no Rio de Janeiro

Cid MoreiraCid Moreira - Foto: Reprodução/TV Globo

Morreu, nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, um dos rostos (e das vozes) mais conhecidas da televisão brasileira. Ele estava internado num hospital em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e nas últimas semanas vinha tratando uma pneumonia, além de um problema crônico no rim.

Em 2021, o locutor inspirou o documentário “Boa noite”, dirigido por Clarice Saliby, que revisita sua longa carreira no rádio e na televisão. O filme será exibido pelo Canal Brasil nesta quinta-feira (3), às 22h30.

Na ocasião do lançamento do documentário, Cid sentiu falta de imagens com parentes e amigos. Na entrevista, relembrou o início da carreira:

"Nem passava perto a possibilidade de ficar famoso. Havia a necessidade de arrumar um trabalho com um salário melhor, pois eu trabalhei em lojas, carreguei muitas malas e vendi frutas em quitandas. Depois do curso ginasial, cheguei a ser o corneteiro mór: fui comandar, aos 16 anos, a fanfarra do Tiro de Guerra. Quando a Força Expedicionária Brasileira, sediada em Taubaté, foi para guerra, o corneteiro deles adoeceu. E o comandante, que era nosso vizinho e amigo do meu pai, me convocou para os toques de comando. Me orgulho disso até hoje".

Entre os momentos mais marcantes à frente da bancada do JN, ele lembrou como marcantes as mortes de John Lennon, em 1980, e a do escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade, em 1897, quando leu o poema "E agora, José?" para homenagear o poeta.

Ele disse que não teve grandes arrependimentos na carreira:

"Recebi algumas propostas de trabalho que não aceitei. Será que teriam dado certo? Pensei em morar nos Estados Unidos quando era mais jovem. E quantos pedidos de casamento que não aceitei? Cada pessoa que deixei poderia ter mudado toda a minha vida, não acha? Então não dá para falar de arrependimentos. Vivi, como diz a musica que Frank Sinatra canta, o meu caminho. E isso me trouxe até aqui e está muito bom".

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