Cid Moreira era colecionador de sapos desde a infância e tentou criar animais em casa
Comunicador, que morreu aos 97 anos, cultivava apreço pelos bichos e tinha mais de cem objetos e figuras com reproduções de anfíbios
Por paixão aos anfíbios, Cid Moreira não engolia sapos. O jornalista, locutor e apresentador — que morreu, aos 97 anos, nesta quinta-feira (3) — cultivava, desde a infância, um apreço tão grande pelos animais que até tentou "criar" alguns deles em casa. Sim, sapos. Colecionador de mais cem sapos (de pelúcia, cerâmica, madeira, barro, vidro, pano, metal, massinha...), ele surpreendeu a mulher, certa vez, ao chegar da rua com uma caixa com cerca de meia dúzia dos bichos. Sim, sapos. Sapos reais.
Leia também
• Ministros de Lula homenageiam Cid Moreira
• Lira lamenta morte de Cid Moreira: "Brasil perdeu um dos ícones do telejornalismo"
• Cid Moreira e Sérgio Chapelin: parceria entre apresentadores durou quase 20 anos
Acontece que os animais logo fugiram para uma lagoa próxima à residência, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Cid mandou então diminuir o vão entre o muro e o portão. E assim, volta e meia, o comunicador topava com um sapinho de verdade no gramado e na ampla área externa de casa. "Não tem perigo! Eles são educados. Eles somem e, quando chove, aparece um ou outro. Eles ficam no meio das pedras", contou, numa entrevista há mais de uma década.
Pois bem, os animais se reproduziram e, nos últimos anos, passaram a ser mais numerosos — não era preciso muito esforço para encontrar um sapo nos arredores da casa, como relata uma pessoa próxima. Este repórter esteve na residência do locutor em 2014, a fim de realizar uma entrevista com Cid, e notou a alta quantidade de figuras reproduzindo o bicho, todas espalhadas pela casa. Vários haviam sido comprados em diferentes lugares do mundo, como ele me contou.
O motivo da adoração, Cid dizia, não era facilmente identificável. Ele lembrava que, ainda bem menino, havia pregado uma peça na mãe com um sapo de mentirinha feito de barro. Na ocasião, a mulher se assustou, deu um tapa no artefato e quebrou o objeto. O fato ficou cristalizado na memória do jovem. Talvez ali tenha surgido o interesse pelos anfíbios. Ou não. "Não sei. É desde garoto assim", afirmou.