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SAÚDE

Cientistas conseguem 'ouvir' um sintoma precoce do Alzheimer; entenda

Novo dispositivo, ainda em fase de testes, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Dartmouth e da École de Technologie Supérieure

Imagem mostra cérebro saudável à esquerda e cérebro com Alzheimer à direitaImagem mostra cérebro saudável à esquerda e cérebro com Alzheimer à direita - Foto: Reprodução

Ao longo dos anos cientistas têm procurado maneiras de detectar sinais de Alzheimer de forma precoce, para facilitar seu tratamento. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, e da École de Technologie Supérieure, no Canadá, desenvolveram um dispositivo que consegue "ouvir" as vibrações provocadas por movimentos oculares e, assim, rastrear a doença.

Durante a leitura de um texto os olhos realizam um movimento chamada sacada ocular (que permite a absorção de informações), o qual produz produz pequenas vibrações nos tímpanos. O aparelho intra-auricular, que lembra um fone de ouvido, traduz esses movimentos em uma mensagem e permite que ela captada por um pequeno microfone.

Dessa forma, os pesquisadores conseguem distinguir o sinal provindo de alguém que está em fases iniciais do Alzheimer.

“Os movimentos oculares são fascinantes, pois são alguns dos movimentos mais rápidos e precisos do corpo humano, portanto, eles dependem tanto de excelentes habilidades motoras quanto do funcionamento cognitivo”, aponta o pesquisador Arian Shamei, da École de Technologie Supérieure, em comunicado.

Contudo, o dispositivo criado pela equipe ainda está em fase de testes. Para realizar os experimentos, foram reunidos dois grupos: um de 35 pacientes com Alzheimer precoce ou comprometimento cognitivo leve e outro com 35 participantes de controle sem Alzheimer ou declínio cognitivo.

“Nosso objetivo é desenvolver algoritmos de monitoramento de saúde para aparelhos auditivos, capazes de monitoramento contínuo e de longo prazo, além de detecção precoce de doenças”, afirma Miriam Boutros, pesquisadora da École de Technologie Supérieure, que apresentou a pesquisa na conferência da Acoustical Society of America (Sociedade Acústica dos Estados Unidos) esta semana.

Estudos anteriores mostraram que os olhos de pessoas com Alzheimer, e outros tipos de demências, tendem a mudar a partir da degeneração do cérebro. Nas sacadas, em particular, essas mudanças fica mais evidentes. Geralmente, aqueles que são acometidos apresentam maior dificuldade para mover o olhar em direção a objetos que estejam na periferia de sua visão de maneira rápida.

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