Pesquisa

Cientistas ensinam robô a rir dependendo de cada situação

A ideia é aprimorar a interação entre as pessoas e os sistemas de inteligência artificial, para que as conversas fluam naturalmente

Segundo os autores, a ideia é aprimorar a interação entre as pessoas e os sistemas de inteligência artificial, para que as conversas fluam naturalmenteSegundo os autores, a ideia é aprimorar a interação entre as pessoas e os sistemas de inteligência artificial, para que as conversas fluam naturalmente - Foto: Reprodução / YouTube

Cientistas japoneses desenvolvem um robô, chamado Erica, para ser capaz de rir na hora certa e, principalmente, rir da forma apropriada conforme pede a situação. A pesquisa foi publicada na Frontiers in Robotics and AI nesta quinta-feira (15).

Segundo os autores, a ideia é aprimorar a interação entre as pessoas e os sistemas de inteligência artificial, para que as conversas fluam naturalmente. No entanto, o principal autor do estudo, Koji Inoue, da Universidade de Kyoto, reconhece que se trata de um desafio e explica que podem ser necessários mais de 20 anos até que seja possível ter uma conversa “casual” com um robô tal como acontece com um amigo.

— Achamos que uma das funções importantes da IA [inteligência artificial] conversacional é a empatia — disse, de acordo com o jornal britânico The Guardian. — Então decidimos que uma maneira de um robô ter empatia com os usuários é compartilhar suas risadas.

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A equipe testou o “senso de humor” de Erica em quatro diálogos curtos com uma pessoa. O software de conversação existente recebeu o novo algoritmo de risada compartilhada.

Para ensiná-la a rir, os cientistas reuniram dados de treinamento de mais de 80 diálogos de speed-dating (prática de encontros para solteiros em que os participantes conhecem e interagem com pessoas interessadas em relacionamento num curto espaço de tempo e no mesmo local) entre estudantes universitários do sexo masculino e o robô, que foi inicialmente operado remotamente por quatro atrizes amadoras.

As diferentes risadas foram agrupadas da seguinte forma: solo, social (para o momento em que não há necessariamente humor, mas a risada surge por educação ou vergonha) e alegre.

Os dados reunidos em arquivos de áudio foram usados para treinar um sistema de aprendizado de máquina e permitir que o robô seja capaz de decidir, num primeiro momento, se deve rir, e depois, escolher o tipo apropriado de risada. Com isso, o algoritmo aprendeu características de cada tipo. As risadas sociais, por exemplo, em geral são mais contidas.

"Os sistemas de diálogo falado devem ser capazes de expressar empatia para alcançar uma interação natural com usuários humanos. No entanto, a geração do riso requer um alto nível de compreensão do diálogo. Assim, implementar o riso em sistemas existentes, como em robôs conversacionais, tem sido um desafio", afirmam os autores na pesquisa.

"O sistema proposto melhorou a impressão do sistema de diálogo como percepção de empatia em comparação com uma linha de base ingênua sem riso e um sistema reativo que sempre respondia apenas com risadas sociais. Propomos que nosso sistema pode ser usado para interação de robôs situados e também enfatizamos a necessidade de integrar risadas empáticas adequadas em robôs e agentes conversacionais".

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