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Meio Ambiente

Cientistas lançam manifesto por medidas urgentes de bem-estar em meio às mudanças climáticas

O documento aponta o que diversos setores podem fazer para que se alcance um mundo pós-pandêmico com maior dedicação à preservação

Desmatamento na AmazôniaDesmatamento na Amazônia - Foto: FLORIAN PLAUCHEUR / AFP

A humanidade está em uma encruzilhada, com todas as dimensões da saúde e do bem-estar afetados pela mudança ambiental global. Essa é a visão de pesquisadores que, para pedir ações, criaram a Declaração de São Paulo sobre Saúde Planetária.

No documento, apontam, em linhas gerais, o que diversos setores podem fazer para que se alcance um mundo pós-pandêmico mais resiliente e com maior dedicação à preservação e à restauração dos recursos naturais.
"Em nossa trajetória atual, nós não podemos mais garantir a proteção da saúde e do bem-estar humanos", dizem os autores na carta, publicada na revista The Lancet na noite desta terça-feira (5).

O manifesto foi produzido a partir de discussões realizadas na reunião anual de saúde planetária (Planetary Health Annual Meeting), ocorrida em São Paulo em sua última edição. A carta foi redigida também com auxílio da plataforma SparkBlue, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Segundo os cientistas que assinam o documento, uma mudança expressiva na forma como vivemos no mundo é necessária, em prol de uma "grande transição".

Os autores apontam que as ações humanas levaram a um processo amplo de transformação e degradação da natureza e que já sabemos o que deve ser feito para salvaguardar a saúde da Terra e das futuras gerações –os mais jovens, inclusive, têm tido uma voz ativa no combate às mudanças climáticas.

"Mudança climática, perda de biodiversidade e destruição da qualidade do ar, da água e do solo estão erodindo os sistemas fundamentais de suporte à vida de que dependemos", registram os pesquisadores. "A Declaração de São Paulo nos urge a agir agora." Assinam o documento diversas entidades e instituições, entre elas a Harvard Chan C-CHANGE, escola da Universidade Harvard focada na relação entre crise climática e saúde, e faculdades da USP (Universidade de São Paulo), como o Instituto de Estudos Avançados.

As indicações de ação passam, por exemplo, pelo setores agrícola e de produção de alimentos. Ambos são exortados a promover a intensificação de práticas sustentáveis e de dietas mais saudáveis, além de incluir especialistas em saúde planetária em discussões, a fim de reduzir os impactos provenientes dessas áreas.

Também são chamados a ação artistas, para inspirar o público a tomar atitudes; pessoas dos setores de negócios, considerando que o lucro a longo prazo depende do bem-estar da sociedade e da natureza como um todo; urbanistas, já que a maior parte da população mundial vive em cidades e, por isso, os pesquisadores incentivam essa categoria a desenhar estratégias com materiais que seja recicláveis e reutilizáveis.

A lista prossegue com economistas, instituições financeiras, investidores e governos, entre outros. Cada um com pontos específicos passíveis de serem abordados em suas práticas, de acordo com a visão dos autores. Leia o documento na íntegra (em inglês).

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