Colômbia

Cinco militares são detidos por suposto tráfico de migrantes na Colômbia

Por outro lado, o funcionário da autoridade migratória está sendo investigado por carimbar passaportes de estrangeiros em troca de dinheiro

Cinco militares são detidos por suposto tráfico de migrantes para os Estados Unidos através da selva de Darién e da ilha de San AndrésCinco militares são detidos por suposto tráfico de migrantes para os Estados Unidos através da selva de Darién e da ilha de San Andrés - Foto: Hellenic Coastguard/AFP

Cinco militares, um funcionário da Migração da Colômbia e cerca de outras vinte pessoas foram presos por suspeita de tráfico de migrantes para os Estados Unidos através da selva de Darién e da ilha de San Andrés, informou a Promotoria nesta terça-feira (5).

Os membros das forças armadas envolvidos na rede são militares da Marinha, acusados de "omitir" controles e informar aos 'coiotes', como são conhecidos os traficantes de pessoas, sobre a localização de navios-patrulha "para facilitar o trânsito das embarcações", disse a entidade investigadora.

Por outro lado, o funcionário da autoridade migratória está sendo investigado por carimbar passaportes de estrangeiros em troca de dinheiro em um posto de controle próximo à selva de Darién, uma perigosa fronteira natural entre Colômbia e Panamá.

No total, foram presas 24 pessoas em oito cidades da Colômbia, acusadas de crimes de conspiração para delinquência, tráfico de migrantes, suborno, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.

Batizada de "A Agência", a rede que oferece uma rota de barco da ilha caribenha de San Andrés (norte), próxima à Nicarágua, que recebe cerca de um milhão de turistas por ano.

Em pouco mais de um ano, mais de 200 migrantes irregulares, incluindo “chineses, vietnamitas, equatorianos e venezuelanos”, foram encontrados nas águas de San Andrés e da Nicarágua, segundo a Promotoria.

Trata-se de uma rota recente e mais cara, que evita atravessar Panamá e Costa Rica. A AFP colabora em redes sociais de supostos coiotes que promovem esse trajeto.

Segundo a Migração, a rede transportava os migrantes de diferentes cidades colombianas até San Andrés ou o Golfo de Urabá, uma última parada antes de Darién.

Centenas de milhares de migrantes a pé chegam a este ponto sob o controle do Clã del Golfo, o maior grupo de narcotráfico do país. Para atravessar até a linha de fronteira, eles pagam de US$ 170 até US$ 500 (R$ 840 até R$ 2.475) se por uma “rota vip” que inclui transporte em mulas, barco e outras “comodidades”, constatou a AFP em setembro.

“As pessoas que saíram por essas duas rotas eram esperadas no México” para continuar sua jornada até a fronteira com os Estados Unidos, segundo a Promotoria.

Em outubro de 2023, uma embarcação com 38 migrantes partiu de San Andrés rumo à Nicarágua e desapareceu. Trinta e cinco destas pessoas eram venezuelanas.

Na Colômbia, o tráfico de migrantes é punido com pena de até 12 anos de prisão.

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