VIOLÊNCIA

Cinco pessoas são baleadas em confronto entre traficantes no Rio; criança e rapaz morrem

Menina morreu ao ser atingida por uma bala perdida

Ester de Assis OliveiraEster de Assis Oliveira - Foto: reprodução

Cinco pessoas foram baleadas durante um confronto entre traficantes no Morro do Cajueiro, em Madureira, na Zona Norte do Rio, no fim da tarde dessa quarta-feira. Uma menina de 9 anos, identificada como Ester de Assis Oliveira, foi atingida na cabeça, socorrida, mas não resistiu. Ela voltava da escola quando levou o tiro. O corpo foi reconhecido nessa manhã pela mãe, Thamires Assis. O enterro será no Cemitério de Irajá, nesta tarde. Além da criança, um homem também morreu após ser ferido no tiroteio. A segunda vítima foi identificada como João Vitor Pereira Brander, de 19 anos, que, segundo testemunhas, trabalhava como entregador de gás.

As vítimas foram atingidas por balas perdidas durante uma tentativa de invasão feita por criminosos do Complexo da Serrinha, também em Madureira. Segundo testemunhas, os invasores de uma favela comandada por uma facção rival chegaram no local já atirando por volta das 17h30. O objetivo seria a expansão de territórios, de acordo com informações preliminares recebidas pela polícia. O tráfico de drogas do Complexo da Serrinha é comandado por Wallace de Brito Trindade, conhecido como "Lacoste".

A Polícia Militar afirma que foi acionada para a ocorrência, mas diz que não realizou operação na região na quarta-feira. Os feridos, segundo a corporação, foram encaminhados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e para unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Rocha Miranda e Irajá.

Após o tiroteio, o comando do 9º BPM (Rocha Miranda) reforçou o policiamento na região.

Criança voltava da escola
Uma moradora da região afirma que a menina havia saído da Escola municipal Astolfo Rezende e estava indo para casa acompanhada de uma tia, por volta das 17h30, quando foi atingida por um dos disparos. Ela chegou a ser transferida para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu. Na escola, a menina participou de um lanche coletivo devido à Páscoa, com brincadeiras e visita de coelhinho.

No Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quinta-feira, Thamires Assis, mãe de Ester chorou ao reconhecer o corpo da filha e repetiu frases como: "minha menininha" e "quero ela comigo". Thamires passou a manhã abraçada a um urso de pelúcia enquanto aguardava os trâmites para a liberação do corpo da menina.

João Vitor, a segunda vítima, trabalhava com entrega de botijão de gás na comunidade e era morador de Irajá, também na Zona Norte. O rapaz estava no horário de almoço quando foi atingido. Ele morreu no local.

Representantes da Secretaria municipal de Assistência Social estiveram no IML para dar suporte às famílias. Ester deve ser enterrada ainda nesta quarta-feira, no Cemitério de Irajá. Ainda não há informações sobre o enterro de João Vitor.

"Chegaram atirando"
Uma pessoa que testemunhou o ataque, e preferiu não se identificar, afirma que criminosos da Serrinha invadiram a comunidade e atiraram em moradores:

A gente estava na rua. Os caras da Serrinha chegaram atirando em todo mundo. Até a criança. Ele estava no portão, na hora dele de almoço afirma a pessoa, que também comenta sobre o rapaz morto:

O João Vitor é um cara que não tenho nem palavras, honesto. Todos estão em choque. Menino trabalhador, família. Nunca foi traficante, nunca foi nada. Aquela guerra em Madureira não para. É lamentável, você anda na rua com medo.

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Dados da ONG Rio de Paz apontam que Ester foi a quarta criança morta por bala perdida esse ano. As outras vítimas foram: o menino Juan Davi de Souza Faria, de 11, morto em 1º de janeiro, em Mesquita; Rafaelly da Rocha Vieira, de 10, atingida em 25 de janeiro, ao brincar na frente de casa em São João de Meriti; e Maria Eduarda Carvalho Martins, de 9, que morreu em 19 de fevereiro, em Praia Grande, Magé.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga as duas mortes no confronto. Os demais casos serão apurados pela 29ª DP (Madureira). Segundo a Polícia Civil, diligências são realizadas para identificar a autoria dos disparos.

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