Civis vivem clima de tensão em Israel após ataque a tiros em Tel Aviv e disparos de mísseis do Irã
Sirenes de alarme antiaéreo soaram em todo o país, e moradores foram aconselhados a evitar aglomerações e buscar abrigos antiaéreos
O Irã disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, onde as sirenes de alarme antiaéreo soaram após o Exército do país alertar a população sobre um ataque em larga escala da República Islâmica.
A Guarda Revolucionária iraniana afirmou que a ofensiva foi uma resposta às mortes do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, na semana passada, e do líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, morto em Teerã em julho.
No Estado judeu, civis receberam alertas sobre a investida iraniana e foram aconselhados a buscar abrigos antiaéreos. Sirenes ressoaram por todo o território, e dezenas de explosões foram ouvidas sobre Jerusalém.
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Já em Tel Aviv, os serviços de emergência relataram que duas pessoas ficaram levemente feridas. O tráfego aéreo foi completamente interrompido por mais de uma hora no aeroporto de Ben Gurion, disseram autoridades locais.
“Minimize a movimentação pela área e evite aglomerações”, dizia o aviso. “É necessário ficar próximo a um espaço protegido”.
O jornalista Raf Sanchez, da NBC News, e sua equipe estavam ao vivo na televisão quando ouviram as sirenes de ataque aéreo e observaram enquanto o Domo de Ferro, um dos sistemas de defesa antiaérea de Israel, sobrevoou o local.
Conforme relatado pela rede americana, Sanchez falava sobre a investida do Irã em Tel Aviv quando uma explosão ocorreu nas proximidades. Fora da câmera, uma gritou para que eles saíssem da área.
A maior parte dos mísseis disparados contra Israel foi interceptada, e o Exército israelense declarou que o ataque “terá consequências”. Mais cedo, os militares haviam informado que, após uma reavaliação da situação de segurança, o Comando da Frente Interna do Exército decidiu por alterar a política sobre as medidas restritivas, ampliando o alcance das recomendações obrigatórias para uma série de regiões do país, incluindo suas duas principais cidades.
As principais medidas destacadas no comunicado afetam o funcionamento de serviços essenciais. Atividades educativas, por exemplo, só poderão acontecer em locais próximos a espaços protegidos acessíveis em caso de alertas de bombardeio.
Reuniões devem respeitar um máximo de 30 pessoas, se realizadas em áreas abertas, e 300 pessoas em locais fechados. O trabalho presencial só está liberado em prédios ou locais em que se possa chegar a uma área segura em caso de alerta.
As medidas restritivas foram impostas após uma nova onda de disparos de projéteis do Hezbollah contra o território israelense, que fizeram soar alarmes no norte e na região central do país. Um homem de 54 anos ficou ferido após ser atingido por estilhaços de um foguete abatido pelo sistema de defesa israelense próximo a cidade de Kfar Saba.
A medida tem o potencial de afetar as manifestações populares contra o governo, realizadas sobretudo em Tel Aviv, que exigem que o Gabinete do premier, Benjamin Netanyahu, utilize as vias diplomáticas para encerrar os conflitos em Gaza e com o Líbano e recupere os reféns capturados pelo Hamas — que completarão 1 ano no enclave palestino nos próximos dias. No começo do mês, os organizadores dos atos estimaram que 500 mil pessoas teriam participado de atos pelo retorno dos reféns.
O clima já era de tensão em Tel Aviv, onde pelo menos seis pessoas foram mortas em um tiroteio em massa. Homens armados abriram fogo contra pessoas numa rua da cidade, de acordo com a polícia local, e outras sete ficaram feridas, algumas em estado crítico. Autoridades locais informaram que os dois atiradores foram “neutralizados” e descreveu a motivação do ataque como “terrorismo”.
Mais tarde, a Jihad Islâmica Palestina assumiu a responsabilidade pelo tiroteio, afirmando, em comunicado, que ele foi “uma extensão dos esforços de resistência nos territórios palestinos ocupados e no Líbano”, publicou a NBC. “A operação confirma a escalada da resistência, que se tornou uma opção firme para nosso povo restaurar os seus direitos”, escreveu.