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Clínica nos EUA trata bebês viciados por nascerem de mães que usaram a droga durante a gravidez

Número de bebês nascidos com síndrome de abstinência neonatal aumentou 82% nos Estados Unidos

Bebê recém-nascido Bebê recém-nascido  - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Uma maternidade clínica no Arizona, nos Estados Unidos, atende os pacientes mais vulneráveis na crescente crise de opioides do país, como o fentanil, a heroína e a morfina. No centro Hushabye, crianças nascidas de mães que usaram as drogas durante a gravidez, e que por isso sofrem da síndrome de abstinência neonatal, são desintoxicadas.

A condição tem sintomas de abstinência semelhantes aos de adultos: tremores incontroláveis, espasmos musculares e dificuldade para respirar. Bebês com a síndrome requerem espaços escuros e calmos, como os oferecidos no berçário Hushabye. A unidade também busca oferecer tratamento para toda a família, caso seja necessário.

As crianças permanecem por lá durante em média oito dias, mas o tratamento completo pode durar de uma semana a até seis meses. Cada quarto na enfermaria conta com unidades do Narcan, um spray nasal de Naloxona. A substância, um antagonista de opioide, é utilizada em casos de overdoses para evitar desfechos fatais. Todos da clínica são ensinados a administrá-los.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), o número de bebês nascidos com síndrome de abstinência neonatal aumentou 82% nos Estados Unidos de 2010 a 2017. Somente em 2020, quase seis recém-nascidos sofreram abstinência para cada mil hospitais no país.

Epidemia de fentanil
No país norte-americano, o fentanil tem sido cada vez mais um ponto de alarme. O opioide sintético é 50 vezes mais potente que a heroína (opioide semissintético), e 100 vezes mais do que a morfina (opioide diretamente da planta). Ele é amplamente utilizado em hospitais para procedimentos cirúrgicos devido a seu forte efeito sedativo. Porém, seu uso recreativo de forma ilegal, assim como dos demais opioides, tem explodido nos EUA e no Canadá.

A chamada “epidemia dos opioides”, que teve início há cerca de 20 anos com a oxicodona (OxyContin), já acumula mais de 500 mil mortes. Segundo os dados mais recentes do CDC, em 2021 foram cerca de 70 mil óbitos causados somente pelo fentanil – que lidera a fatalidade de drogas nos EUA representando mais da metade dos 106 mil registros naquele ano. Para comparação, a cocaína deixou 24 mil mortos, e a heroína, 10 mil.

Além disso, o fentanil é muito utilizado de forma misturada com outras drogas, muitas vezes sem o usuário ter a consciência de que o forte opioide está presente na substância ingerida. Entre as vítimas fatais por heroína, 75% foram casos em que havia fentanil misturado.

O crescimento do fentanil levou o número de overdoses no país a bater recordes –2021 foi o ano mais letal da história, e o excesso de drogas se tornou a principal causa de morte evitável entre pessoas de 18 a 45 anos nos EUA, acima de suicídio, acidentes de trânsito e violência armada.

E enquanto o número total de overdoses dobrou de 2015 para 2021, o de óbitos ligados ao fentanil saltou 7,5 vezes.

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