CNN se defende das críticas por programa com Trump
"Town Hall" é um programa conhecido na política americana esse tradicional debate com os eleitores
A emissora de televisão americana CNN defendeu, nesta quinta-feira (11), a aparição ao vivo de Donald Trump no programa "CNN Town Hall", após uma enxurrada de críticas de que o ex-presidente republicano usou esse espaço para repetir mentiras e lançar insultos.
Esse "town hall", como é conhecido na política americana esse tradicional debate com os eleitores, significou o retorno de Trump à emissora, da qual esteve ausente desde 2016.
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A CNN decidiu confrontar Trump, favorito nas pesquisas para ganhar as primárias republicanas para a eleição presidencial de 2024, com perguntas de eleitores republicanos, ou indecisos, em um debate na noite de quarta (10) mediado pela jornalista Kaitlan Collins.
Nesse contexto, sob aplausos frequentes de seus fiéis seguidores, Trump reiterou várias vezes, sem provas, como lembrou Collins, que a eleição presidencial de 2020 foi "fraudada", que é a favor da concessão de anistia a alguns apoiadores condenados pelo ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
E, um dia depois de um júri em um tribunal de Nova York determinar que Trump pague US$ 5 milhões (por volta de R$ 24,7 milhões na cotação atual) de indenização à jornalista E. Jean Carroll por agressão sexual e difamação, o bilionário republicano chamou-a de "louca", em meio às risadas dos participantes.
"A CNN simplesmente não pode ignorar o fato de que colocou uma vítima de agressão sexual para ser alvo e (para ser) atacada em rede nacional no dia seguinte à decisão", criticou a representante democrata Alexandria Ocasio Cortez.
As críticas não vieram apenas das fileiras adversárias.
"Difícil presenciar como se ofereceu à América o show de mentiras que foi transmitido pela CNN na noite de quarta-feira", escreveu em seu blog Olivier Darcy, jornalista veterano da própria CNN.
"Ao longo da noite, Trump frequentemente ignorou Collins, ou levantou a voz, enquanto despejava no país uma enxurrada de desinformação, na qual uma parte do Partido Republicano continua acreditando", acrescentou.
Em nota transmitida aos demais veículos da imprensa, o canal afirmou que Collins "ilustrou o que é ser um jornalista de primeira linha", fazendo "perguntas difíceis e reveladoras".
“Acompanhou e verificou os fatos em tempo real para dar aos eleitores informações cruciais sobre as posições do presidente Trump, que está concorrendo (nas primárias para) a eleição de 2024 como favorito republicano”, acrescentou a CNN.