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AMÉRICA DO SUL

Coalizão de esquerda de Boric sofre derrota nas eleições locais no Chile

As eleições regionais para governadores serão definidas em um segundo turno, no próximo dia 24 de novembro, em 11 das 16 províncias

Votação no Chile: contagem de votosVotação no Chile: contagem de votos - Foto: Rodrigo Arangua/AFP

A coalizão de esquerda do presidente Gabriel Boric sofreu uma derrota nas eleições locais, que terminaram nesse domingo no Chile. A oposição de direita, no entanto, obteve uma vitória menos ampla do que o esperado, de acordo com resultados parciais.

Em uma eleição inédita realizada em dois dias e com voto obrigatório – considerada um termômetro para as presidenciais de 2025 –, a base governista perdeu 40 prefeituras, enquanto a direita tradicional somou 36.

A extrema-direita conquistou apenas oito dos 345 municípios em disputa, conforme dados do Serviço Eleitoral (Servel), com 84% das urnas apuradas.

- No geral, o governo perdeu uma quantidade importante de municípios em nível nacional, embora tenha conseguido manter municípios-chave, como foi o caso de Maipú, em Santiago, com uma vitória contundente de Tomás Vodanovic - disse Rodrigo Espinoza, analista da Universidade Diego Portales.

Vodanovic, do Frente Amplio, foi reeleito com a maior votação do país, com 70%.

A direita tradicional "acrescentou uma quantidade significativa de municípios, enquanto o Partido Republicano (ultradireita) conquistou oito municípios, abaixo das expectativas", acrescentou.

Uma das derrotas mais dolorosas para o governo de Boric ocorreu na comuna de Santiago, onde a comunista Irací Hassler perdeu a reeleição para o direitista Mario Desborde.

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Mais de 15 milhões de pessoas estavam aptas a votar nessas eleições, realizadas em dois dias devido ao grande volume de cargos a serem eleitos. Além de prefeitos, foram eleitos vereadores, governadores regionais e conselheiros regionais.

As eleições foram precedidas por uma série de escândalos de corrupção e abuso sexual que abalaram a sociedade chilena nas últimas semanas.

Primeiro, o caso “Hermosilla” sobre a rede de tráfico de influências montada pelo prestigiado advogado das elites, Luis Hermosilla, que impactou a direita tradicional pelos vínculos estabelecidos com esse setor.

Depois, a denúncia de estupro que derrubou, há uma semana, Manuel Monsalve, o homem forte da segurança do governo Boric.

Nas eleições regionais para governadores, 11 das 16 províncias serão definidas em um segundo turno no próximo dia 24 de novembro.

Na região metropolitana de Santiago, o candidato governista Claudio Orrego venceu com 38,7% dos votos, frente ao candidato da direita tradicional, Francisco Orrego, com 27,8%.

O Serviço Eleitoral continuava a contagem dos 2.256 vereadores e 302 conselheiros regionais.

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