Cocaína na Coca-Cola: Produto já conteve substâncias da droga, como brincou Elon Musk? Entenda
As primeiras garrafas do produto continham 3,5 gramas da substância, mas o ingrediente foi eliminado da receita após 1988
Após comprar o Twitter por cerca de US$ 44 bilhões, o bilionário Elon Musk usou a sua conta na plataforma para fazer uma brincadeira sobre a possibilidade de adquirir também a Coca-Cola, tradicional empresa de refrigerantes. “A seguir, vou comprar a Coca-Cola para colocar a cocaína de volta”, tuitou na ocasião.
Next I’m buying Coca-Cola to put the cocaine back in
— Elon Musk (@elonmusk) April 28, 2022
A publicação fazia referência à possiblidade de a receita conter a droga entre os seus ingredientes. Segundo o USA Today, a fórmula original do produto, de fato, já continha cocaína, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas.
A primeira receita da bebida usava uma porção mínima de extrato de folhas de cocaína quando foi lançada, em 1886, como um tônico prescrito para diferentes problemas de saúde. Com isso, as primeiras garrafas do produto continham 3,5 gramas da substância.
Quando foi inventada, a bebida era comercializada como um “remédio patenteado”, sendo legal na época e um ingrediente comum em medicamentos, de acordo com o instituto. A cocaína na bebida — e, posteriormente, sua retirada — apresentou um “delicado problema de relações públicas” para a empresa em seus primeiros anos, segundo o livro “Por Deus, País e Coca-Cola”.
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“Se a empresa respondesse aos ataques dizendo a verdade, eles estariam admitindo que a bebida já continha cocaína”, escreveu o autor da publicação, Mark Pendergrast. "A implicação seria que eles removeram era prejudicial, o que poderia até abrir a porta para ações judiciais. Além disso, era impensável admitir que a Coca-Cola nunca foi nada além de pura e saudável."
De acordo com o livro, John Candler, neto do fundador da Coca-Cola, o americano Asa G. Candler, tentou “reescrever a história”, negando que a bebida continha cocaína. Porta-vozes da empresa disseram ao “The New York Times” em 1988 que a receita original, fabricada em 1886, incluía cocaína, mas a droga foi eliminada da receita logo após a virada do século.
Em resposta ao “USA Today”, Ann Moore, porta-voz da Coca-Cola, disse que a bebida "não contém cocaína ou qualquer outra substância nociva, e a cocaína nunca foi um ingrediente adicionado à Coca-Cola".