Cocaína: produção mundial aumenta 20% e bate recorde, segundo relatório da ONU
Cocaína teve mais oferta e procura
A produção mundial de cocaína bateu o recorde de 2.757 toneladas em 2022, segundo dados do relatório anual sobre drogas, divulgado nesta quarta-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O número corresponde a um crescimento de mais 20%, em comparação com 2021.
O documento divulgado em Viena afirma que o cultivo global de coca aumentou 12% entre 2021 e 2022, chegando a marca de 355 mil hectares.
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O aumento da oferta e procura de cocaína coincidiu com o crescimento da violência em locais que fazem parte da cadeia de produção, como Equador e países do Caribe. Além disso, foi constatado também um aumento dos danos para a saúde nos países de destino, incluindo na Europa Ocidental e Central.
O relatório também inclui capítulos especiais sobre o impacto da proibição da produção de ópio no Afeganistão, drogas sintéticas, impactos da legalização da canábis e a volta do consumo de substâncias psicodélicas.
A pesquisa também aborda o direito à saúde em relação ao uso, e como o tráfico de drogas no Triângulo Dourado (Tailândia, Myanmar e Laos, juntamente com o Afeganistão) está ligado a outras atividades ilícitas e as suas consequências.
Canabis
No que se refere à legalização da canábis em alguns países, o relatório aponta que, em janeiro de 2024, o Canadá, o Uruguai e 27 jurisdições nos Estados Unidos legalizaram a produção e venda desta substância para uso recreativo.
O documento destaca que "nestas jurisdições das Américas, o processo parece ter acelerado o uso nocivo da droga e levado a uma diversificação de produtos de canábis, muitos deles com elevado teor de THC (potência)".
Segundo o levantamento, as hospitalizações relacionadas ao consumo de canábis, os quadros psiquiátricos e as tentativas de suicídio associadas ao uso regular da canábis aumentaram no Canadá e nos Estados Unidos, especialmente entre jovens adultos.
A canábis, de acordo com os dados, continua a ser a droga mais consumida em todo o mundo, abrangendo a faixa etária entre 15 e 64 anos.
Psicodélicos
O documento da UNODC o retorno do uso de substâncias psicodélicas, destacando que embora o interesse no uso terapêutico destas drogas tenha continuado a crescer no tratamento de alguns distúrbios de saúde mental, a investigação clínica ainda não resultou em quaisquer diretrizes padrão para uso médico.
O relatório destaca ainda que os países precisam estar atentos ao direito a serviços de saúde e tratamento para adictos, independentemente do estado de consumo.