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SAÚDE

Cochilos demorados podem indicar presença do mal de Alzheimer, aponta estudo

O estudo utilizou dados recolhidos ao longo de 14 anos pelo Rush Memory and Aging Project, analisando dados relativos ao sono de mais de 1.400 pessoas, entre 74 e 88 anos de idade

Como a alimentação pode influenciar na qualidade do sono?Como a alimentação pode influenciar na qualidade do sono? - Foto: Canva

Tirar cochilos ao longo do dia, principalmente por longos períodos, pode ser um indício da presença de mal de Alzheimer em estágio inicial. Segundo um estudo publicado pelo periódico “Alzheimer’s and Dementia”, a descoberta contrapõe estudos anteriores que destacavam o benefício do hábito para a saúde, como melhora no humor, estado de alerta e desempenho em tarefas mentais.

— Pode ser um sinal de envelhecimento acelerado. A principal vantagem é que, se você não costumava tirar sonecas e percebe que está começando a ficar mais sonolento durante o dia, pode ser um sinal de declínio da saúde cognitiva — disse Yue Leng, professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia, ao jornal britânico The Guardian.

O estudo utilizou dados recolhidos ao longo de 14 anos pelo Rush Memory and Aging Project, analisando dados relativos ao sono de mais de 1.400 pessoas, entre 74 e 88 anos de idade. Cada período prolongado de inatividade entre 9h e 19h foi interpretado no estudo como um cochilo.

Os voluntários foram submetidos a avaliações da sua capacidade cognitiva a cada ano. No início do estudo, 76% dos entrevistados não tinham qualquer tipo de comprometimento cognitivo, 20% deles tinham comprometimento cognitivo leve e 4% tinham doença de Alzheimer.

Para os participantes que não desenvolveram comprometimento cognitivo, o cochilo diurno diário aumentou em média 11 minutos por ano. A taxa de aumento dobrou após um diagnóstico de comprometimento cognitivo leve para um total de 24 minutos e quase triplicou para um total de 68 minutos após o diagnóstico de doença de Alzheimer.

A pesquisadora já havia feito um estudo similar anteriormente, que apontava para este mesmo fenômeno. Padrões de sono incomuns, insônia e sono noturno de baixa qualidade são normais em pessoas com demência. No entanto, o trabalho mais recente mostrou que a ligação com o cochilo permaneceu, mesmo quando o sono noturno foi levado em consideração.

— Eu não acredito que temos evidências suficientes para tirar conclusões sobre uma relação causal, de que é o próprio cochilo que causou o envelhecimento cognitivo, mas cochilos diurnos excessivos podem ser um sinal de envelhecimento acelerado ou processo de envelhecimento cognitivo —, disse Leng.

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