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EUA

Colégio Eleitoral confirma vitória de Biden nas eleições presidenciais

Colégio EleitoralColégio Eleitoral - Foto: Jessica McGowan / Getty Images via AFP

O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos confirmou, nesta segunda-feira (14), sem surpresas, a vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais americanas sobre o presidente republicano Donald Trump.

Com os numerosos delegados da Califórnia, onde Biden venceu por 63% dos votos, o democrata superou amplamente a cifra necessária para chegar à Casa Branca, estabelecida em 270 votos no Colégio Eleitoral.

Esta é ainda a penúltima etapa do longo e vagaroso processo para chancelar a vitória do democrata à Casa Branca. Os resultados certificados nesta segunda serão enviados ao Congresso, que fará a contagem das cédulas em 6 de janeiro, numa sessão conjunta entre Câmara e Senado e presidida pelo atual vice-presidente do país, Mike Pence.

Somente então Biden é declarado oficialmente eleito e segue para a posse, marcada para 20 de janeiro.

A vitória de Biden foi declarada pelas tradicionais projeções da imprensa americana em 7 de novembro, após alcançar os 270 votos no Colégio Eleitoral, sistema indireto que escolhe o presidente dos EUA.

Nesta segunda, os delegados do colegiado formalizaram os votos dos 50 estados mais o Distrito de Columbia, onde fica a capital do país, Washington. Biden será eleito porque os votos dos delegados seguem a preferência mostrada nas urnas. Os resultados da apuração, certificados pelos estados, mostram que o democrata obteve 81,3 milhões de votos, ante 74,3 milhões de Trump.

Tradicionalmente, a votação do Colégio Eleitoral é considerada uma mera formalidade, que desperta pouca ou nenhuma atenção dos americanos. Mas este ano foi diferente.

O processo acontece em meio à recusa do presidente Trump em aceitar a derrota e de sua insistência na tese fantasiosa e sem provas de que o pleito foi fraudado. O presidente e seus aliados pressionaram autoridades republicanas a ignorar o voto popular em estados em que Biden venceu por margem pequena, na tentativa de que eles indicassem seus próprios delegados para favorecer Trump no Colégio Eleitoral.

Apesar das pressões, não há disposição política, mesmo entre republicanos, para subverter o processo democrático do país, e o resultado desta segunda não teve nenhuma surpresa.

Biden pretende fazer um pronunciamento à nação ainda nesta noite, logo após a votação do colegiado, mas parte de seu discurso foi adiantado à imprensa.

"Na América, os políticos não assumem o poder -as pessoas o concedem a eles. A chama da democracia foi acesa nesta nação há muito tempo. E agora sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia -ou um abuso de poder-, pode apagar essa chama", diz um trecho.

"Nós, o povo, votamos. A fé em nossas instituições foi mantida. A integridade de nossas eleições permanece intacta. E agora é hora de virar a página. Para unir e curar. Como eu disse nesta campanha, serei um presidente de todos os americanos."

Os integrantes do Colégio Eleitoral são figurões dos partidos democrata e republicano, escolhidos nas eleições primárias. Eles votam para presidente e vice-presidente por meio de cédulas de papel.

Segundo as regras regionais, 33 estados e o Distrito de Columbia exigem que seus delegados escolham o candidato que teve a maioria do voto popular no estado, enquanto outros 17 não vinculam seus delegados ao voto popular, o que significa que eles poderiam votar no candidato que quiserem.


A probabilidade de delegados infiéis, porém, é praticamente nula, já que eles são integrantes do establishment partidário e comprometidos com as regras do jogo. Eles se reúnem em local escolhido pelo Legislativo estadual, geralmente na capital do estado. Neste ano, Nevada foi o único estado a realizar sua reunião de forma virtual, em razão da pandemia do coronavírus.

Depois da votação, os delegados contam as cédulas e certificam os resultados por estado -estes são enviados ao Congresso, que tem a chance de apresentar objeções na sessão em 6 de janeiro.

Essas contestações, porém, precisam ser chanceladas pelas duas Casas -como a Câmara tem maioria democrata, é tida como nula a chance de os parlamentare barrarem a oficialização da vitória de Biden.

Trump não reconhece a derrota, tem dificultado a transição de poder para a equipe do democrata e insiste, sem apresentar provas, que venceu a eleição.

O presidente, porém, já perdeu inúmeros processos judiciais para tentar reverter o resultado do pleito e encontrou nesta segunda a barreira constitucional para sua cruzada fracassada: o prazo legal para resolver queixas sobre a apuração termina justamente com o envio dos votos dos delegados do Colégio Eleitoral a Washington, o que marca o republicano como um presidente de um mandato só.

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