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ANTIDEMOCRÁTICO

Colégio Marielle Franco, na Argentina, é vandalizado com mensagem pedindo volta da ditadura

Frases como "Volta Videla", em referência a um ex-ditador, foram pichadas

Escola que leva o nome de Marielle, fica na ArgentinaEscola que leva o nome de Marielle, fica na Argentina - Foto: Reprodução/Instagram

Um colégio na Argentina batizado com o nome de Marielle Franco, vereadora do Rio executada em 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, foi vandalizado na noite do último domingo com frases em homenagem ao período em que o país era governado por uma ditadura militar.

Na ação, foi jogada tinta sobre desenhos feitos no local, além da pichação de frases como “Vidale volve” (“Volte Vidale”, em tradução livre), em referência a um dos presidentes do período da ditadura militar no país (1976-1983).

“40 anos depois da recuperação da Democracia, repudiamos estes fatos que violentam educadores e estudantes no nosso espaço de educação popular, onde todos os dias da semana nos reunimos para que jovens e adultos possam concluir os estudos secundários ou frequentar a panela popular”, publicou o perfil Bachi Popular Marielle Franco no Instagram.

Além da fachada da escola, a calçada também foi vandalizada, cobrindo parcialmente desenhos em homenagem aos ex-presidentes do país Eva Perón e Cristina Kirchner, com “frases com alto teor de ódio político e sexista”.

 

“Digamos Nunca Mais ao ódio. Os porões da democracia, como Néstor os chamou, não estão mais escondidos hoje. Sentem-se representados e capacitados para transgredir todas as normas de respeito e convivência democrática. Não passaram. Educadores e alunos do Bacharelado Popular Marielle Franco”, destacou a entidade.

As ações ocorreram próximo ao momento em que era organizado um debate entre os candidatos à presidência do país, no qual o candidato ultradireitista Javier Milei disse que o número de desaparecidos na ditadura militar argentina foi menor do que o estimado por organizações de direitos humanos.

Milei questionou se a ditadura provocou 30 mil desaparecidos, como afirmam as organizações de defesa dos direitos humanos, e descreveu os anos do regime militar como uma "guerra" entre as forças do Estado e as guerrilhas.

— Não foram 30 mil desaparecidos, são 8.753. Somos contra uma visão de apenas um lado da história — disse Milei.

O presidente Alberto Fernández respondeu à afirmação de Milei. "É insustentável que alguém continue negando e justificando a ditadura genocida que torturou, assassinou, roubou bebês dos quais mudou a identidade, provocou desaparecimentos e condenou ao exílio dezenas de milhares de argentinos", escreveu o presidente na rede X (antes do Twitter).

Primeiro dos quatro ditadores da última vez em que o regime militar foi instaurado no país, o general Jorge Rafael Videla foi deposto em 1981 e morreria no banheiro da cadeia em que estava preso, em 2013.

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