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SAÚDE

Colesterol: um guia completo com tudo o que você precisa saber para evitar problemas cardíacos

Veja o que é, quando medir, quais os níveis bons e ruins e medidas para baixar o colesterol ruim (e aumentar o bom)

Frutas e verduras auxiliam para baixar o colesterol, segundo nutricionistas Frutas e verduras auxiliam para baixar o colesterol, segundo nutricionistas  - Foto: Pixabay

Embora 86 milhões de adultos nos Estados Unidos tenham níveis elevados de colesterol, um terço dos americanos afirma não ter controlado seus índices nos últimos cinco anos.

Testar o colesterol – e controlá-lo – é fundamental para prevenir doenças cardíacas e outros problemas graves de saúde. Mas descobrir quando testar e o que fazer com os números pode parecer assustador.

Quão prejudicial é o “colesterol ruim” para sua saúde? Você deveria se preocupar se o seu colesterol total está no limite para ser considerado muito alto? E quanto você consegue baixar seus níveis mudando dieta ou hábitos de exercício? Perguntamos a especialistas tudo sobre índices e manejo do colesterol.

O que é colesterol?
O colesterol é uma substância gordurosa (também chamada de lipídio) produzida pelo fígado. É essencial para produzir membranas celulares, hormônios e muito mais. Normalmente, o fígado produz todo o colesterol de que você precisa. Mas alguns alimentos, como carne e laticínios, podem aumentar o colesterol que circula no seu sangue — e é por isso que pode ser solicitado que você jejue antes de medir o colesterol.

O colesterol tem uma má reputação porque há fortes evidências que ligam níveis mais elevados ao acúmulo de placas nas artérias e ao endurecimento das paredes dos vasos sanguíneos ao longo do tempo. Em termos médicos, isso é chamado de aterosclerose. Eventualmente, o acúmulo pode bloquear o fluxo sanguíneo para o coração, causando um ataque cardíaco. Pedacinhos da placa também podem romper e viajar para outras partes do corpo, causando um derrame.

A maioria das pessoas não apresenta sintomas até que suas artérias já estejam gravemente obstruídas. É por isso que os médicos analisam os níveis de colesterol para detectar e tratar problemas cardiovasculares precocemente, explica John Wilkins, professor associado de cardiologia e epidemiologia da Escola de Medicina Feinberg da Northwestern University.

Quando você precisa medir o colesterol?
De acordo com a Associação Americana do Coração (American Heart Association), todos os adultos com 20 anos ou mais devem fazer exames de colesterol a cada quatro ou seis anos. Você pode precisar de exames mais frequentes se tiver certos fatores de risco, como pressão alta, diabetes ou histórico familiar de doença cardíaca.
 

Mas as doenças cardíacas estão se tornando cada vez mais prevalentes entre os jovens. O Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA recomenda iniciar testes de colesterol entre os 9 e 11 anos, ou a partir dos 2 anos de idade se houver um forte histórico familiar de colesterol alto e doenças cardíacas. Seu médico pode ajudá-lo a decidir quando é hora de fazer um teste.

O que indicam os níveis de colesterol?
Um médico pode verificar seu colesterol por meio de um exame de sangue denominado painel lipídico ou perfil de lipoproteínas. Mede o colesterol total, colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade), colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), e triglicerídeos, outro tipo de gordura que endurece as artérias e vem principalmente dos alimentos. Tudo isso é relatado em miligramas por decilitro de sangue. Às vezes, o teste inclui VLDL ( lipoproteína de densidade muito baixa), que transporta triglicerídeos para diferentes partes do corpo.

Para algumas pessoas, o médico também pode solicitar um teste para apolipoproteína B, ou ApoB, que é a partícula que realmente transporta o colesterol no sangue. Este é considerado um preditor mais preciso do risco de ataque cardíaco, especialmente se você tiver números de LDL moderados ou ligeiramente elevados, disse Stephen Kopecky, cardiologista da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota.

Existem vários testes caseiros que usam uma amostra de sangue a partir de uma picada no dedo para verificar o colesterol. Se você usar um desses testes, ainda assim deverá discutir seus resultados com um médico e, quando possível, fazer o teste pessoalmente num laboratório, que é considerado mais confiável.

Quais são os níveis normais de colesterol?
O que é considerado “normal” depende de vários fatores. Os níveis de colesterol geralmente aumentam com a idade. Os homens tendem a ter níveis mais elevados ao longo da vida, enquanto as mulheres normalmente apresentam um aumento durante a gravidez ou na menopausa. Certos genes também podem influenciar a quantidade de colesterol que seu corpo produz.

Talvez o número mais importante a monitorar seja o LDL, considerado o “colesterol ruim” que pode se acumular nas paredes das artérias. Para a maioria das pessoas, o LDL deve estar abaixo de 100 mg/dL – quanto menor, melhor.

Pessoas com diabete, acúmulo de placa bacteriana ou outros fatores que as colocam em risco de doenças cardíacas podem precisar manter o LDL abaixo de 70, afirma Douglas Jacoby, diretor médico do Penn Medicine Center for Preventive Cardiology and Lipid Management.

Níveis elevados de triglicerídeos também estão associados ao aumento do risco de doenças cardíacas. Idealmente, esses níveis devem ficar abaixo de 150 mg/dL.

O HDL, também conhecido como “colesterol bom”, coleta o colesterol extra das artérias e o transporta de volta ao fígado para que possa ser removido do corpo. É por isso que níveis mais elevados de HDL são geralmente considerados melhores. Procure manter o HDL acima de 40 mg/dL, sendo acima de 60 considerado ideal.

Mas quando o HDL é superior a 80 mg/dL nos homens, ou 100 mg/dL nas mulheres, pode perder a sua função protetora e, em vez disso, acelerar a aterosclerose, sugerem alguns estudos.

Pode ser mais complicado avaliar o risco de doença cardíaca quando os níveis de LDL ou triglicerídeos se enquadram na categoria “limítrofe alto”. Nesses casos, o médico pode revisar alguns cálculos adicionais incluídos no relatório do seu exame, como o colesterol total, que é calculado adicionando HDL, LDL e 20% do seu nível de triglicerídeos.

Uma medida ainda mais útil pode ser o número de não HDL, que pode indicar quanto do colesterol total é composto de LDL e outras partículas que obstruem as artérias. Este número não inclui triglicerídeos, por isso pode refletir com mais precisão o seu colesterol quando você come normalmente, em vez de jejuar para fazer um exame de sangue.

Os médicos também podem observar a proporção de colesterol, que é o colesterol total dividido pelo HDL. Quanto maior a proporção, maior o risco de doenças cardíacas.

O que posso fazer para diminuir meu colesterol?
Comer mais fibras solúveis na forma de legumes, grãos integrais, sementes, frutas e vegetais pode ajudar a reter o colesterol no trato digestivo e removê-lo do corpo. Alguns alimentos, como nozes, abacates e peixes gordurosos, também contêm gorduras poli-insaturadas, que reduzem o colesterol LDL no sangue.

Tente limitar alimentos ricos em gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol, como carne vermelha, manteiga e queijo, e opte por proteínas vegetais como soja e alimentos minimamente processados.

Embora os efeitos dessas escolhas alimentares sobre o colesterol variem de pessoa para pessoa, elas ainda podem “reduzir o risco de ataque cardíaco, derrame ou morte dentro de três meses” após as mudanças na dieta, segundo Kopecky.

Praticar exercícios alguns dias por semana pode diminuir ainda mais os níveis de LDL e triglicerídeos, ao mesmo tempo que aumenta o colesterol HDL, acrescenta ele. E estas mudanças no estilo de vida podem beneficiar substancialmente mesmo aqueles que necessitam de medicamentos para baixar o colesterol.

E quanto à medicação?
Um médico pode recomendar medicamentos para baixar o colesterol se você já teve um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral ou se um ultrassom ou angiograma mostrar bloqueios significativos nas artérias. Também pode ser considerada a medicação se o seu colesterol LDL for 190 ou superior.

Para a maioria das outras pessoas, os médicos consideram os níveis de colesterol em combinação com a idade, histórico familiar de doenças cardíacas, histórico de tabagismo e outros fatores antes de decidir prescrever um medicamento, explica Wilkins.

Os medicamentos para colesterol mais comumente prescritos são as estatinas, que reduzem o colesterol LDL. Pode ser necessária alguma tentativa e erro para encontrar o medicamento e a dose certos, acrescentou Wilkins, e a maioria das pessoas precisa continuar tomando estatinas pelo resto da vida. Interromper a medicação pode fazer com que os níveis de colesterol e o risco de desenvolver doenças cardíacas voltem a subir.

— Ninguém tem risco zero — afirma. — Mas há muito que você pode fazer para mitigar isso.

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