Outubro Rosa

Coletivo Pink divulga resultados de pesquisa sobre câncer de mama; Recife participa do estudo

De acordo com a pesquisa realizada pelo Ipec, o autoexame ainda é considerado, por muitas mulheres, como a principal forma de exame para a detecção do câncer de mama

Coletiva de imprensa realizada pelo Coletivo PinkColetiva de imprensa realizada pelo Coletivo Pink - Foto: Divulgação

SÃO PAULO - O Coletivo Pink - Por um Outubro Além do Rosa, projeto colaborativo idealizado pela Pfizer, divulgou os resultados de uma pesquisa inédita sobre o câncer de mama. Realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégia (IPEC), foram entrevistadas, de forma on-line, 1.397 mulheres do Recife, São Paulo (capital), Belém, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Distrito Federal, a partir dos 20 anos de idade. 

A divulgação foi realizada durante coletiva de imprensa, em São Paulo. Participaram do evento de divulgação Débora Gagliato, médica especialista em câncer de mama do Centro de Oncologia e Hematologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Márcia Pinheiro, líder médica na Pfizer Brasil; Camila Damato, gerente Patient Advocacy da Pfizer Brasil; Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, e Evelin Scarelli, embaixadora do Coletivo Pink e coordenadora de projetos e voluntariado do Oncoguia. 

No início do evento, a médica Débora Gagliato, comentou um pouco sobre o cenário do câncer de mama no Brasil e os conceitos básicos. Em seguida, a médica Márcia Pinheiro divulgou os resultados da pesquisa que foi realizada entre 2019 e 2022. 

O estudo intitulado “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?”, revelou que o autoexame ainda é considerado, por muitas mulheres, como a forma principal de exame para a detecção do câncer de mama e a importância da mamografia ainda é subestimada. Além disso, as entrevistadas ignoram os fatores de risco e consideram o tratamento desigual no Brasil. A pesquisa também abordou os mitos em torno da doença. 

No estudo, 64% das mulheres acreditam que o autoexame das mamas, que é feito pela própria mulher, seria o principal meio para o diagnóstico do câncer de mama em seu estágio inicial. Porém, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), orienta que o autoexame é indicado como autoconhecimento em relação ao próprio corpo, mas não deve substituir os exames realizados ou prescritos pelo médico, já que muitas lesões, ainda pequenas, não são palpáveis.

Além disso, 2% das entrevistadas acreditam que é o autoexame é mais importante que a mamografia; 20% afirmam que é uma forma de conhecer melhor o próprio corpo, mas não ajuda a detectar tumores precocemente; 5% acham que para contribuir no combate ao câncer de mama, o exame de palpação das mamas deve ser feito pelo médico, não pela mulher, e 9% não sabiam se o método ajuda a identificar tumores precocemente. 

No Recife, 63% acreditam que o método é a principal forma de descobrir precocemente tumores de mama; 3% afirmam que o autoexame é mais importante que a mamografia; 19% dizem que é uma forma de conhecer melhor o próprio corpo, mas não ajuda a detectar tumores precocemente; 8% acreditam que para contribuir no combate ao câncer de mama, o exame de palpação deve ser feito pelo médico, não pela mulher, e 7% não souberam dizer se o autoexame ajuda a identificar tumores precocemente.

Pandemia e a procura por exames 

A pandemia da Covid-19 impactou ainda mais a procura pelos exames de detecção do câncer de mama nos últimos 18 meses. Segundo a pesquisa, 36% das mulheres fizeram ultrassom de mamas durante o período pandêmico; 34% realizaram mamografias; 28% fizeram a palpação clínica (exame manual das mamas, feita pelo médico); 21% não fizeram nenhum exame com profissionais de saúde, mas continuaram fazendo o autoexame das mamas (apalpar os próprios seios), e 27% não realizaram nenhum tipo de método

No Recife e em Belém, o cenário se apresentou de maneira mais crítica. Na capital pernambucana, 31% realizaram ultrassom de mamas; 28% realizaram a mamografia; 16% fizeram a palpação clínica (exame manual das mamas, feita pelo médico); 24% não fizeram nenhum exame com profissionais de saúde, mas continuaram realizando o autoexame das mamas (apalpar os seios), e 30% não realizaram nenhum desses procedimentos. 

“Ao fazer a apalpação e não encontrar nada, a mulher pode acreditar que as mamas estão saudáveis e deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam um possível tumor precocemente. Quando a doença é diagnosticada no estágio inicial, ela é mais fácil de tratar, o que melhora o prognóstico e contribui para a redução da mortalidade”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.

O câncer de mama e o seguir em frente

Uma das participantes da pesquisa foi Evelin Scarelli, embaixadora do Coletivo Pink e coordenadora de projetos e voluntariado do Instituto Oncoguia, diagnosticada com um câncer de mama causado por mutação genética, aos 23 anos, em 2011.

Evelin Scarelli. Foto: Divulgação

Ao se espreguiçar, ela notou um nódulo no seio e perguntou a outras mulheres da família dela se aquilo era normal. Após notar a anomalia, logo procurou um mastologista e começou o tratamento que durou cerca de 5 anos. Hoje, ela segue realizando exames periódicos, mas sem a presença do tumor

Com 34 anos, Evelin fala sobre a sua história e inspira outras mulheres a seguirem em frente após o diagnóstico. 

“Jamais imaginei que eu fosse entrar para a estatística do câncer de mama. Fiz a mastectomia como cirurgia, depois eu fui para a quimioterapia, e durante a quimioterapia veio o resultado da biópsia, e eu tinha um outro tumor também e fui fazer radioterapia. A gente não vai romantizar o câncer, enxergar o câncer como um presente, o câncer veio, é difícil, levou as minhas mamas embora, perdi o cabelo, mas o processo de redescoberta dessa menina Evelin naquela época para quem sou hoje virou a minha vida para um olhar mais sensível para o que realmente importa”, destacou. 

Ações em São Paulo

Do dia 4 a 28 de outubro, a 5ª edição do Coletivo Pink promove uma série de ações no Largo da Batata, localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, das 9h às 19h. Para a realização das ações, uma estrutura de 300 m² projetada no formato de um busto feminino gigante foi montada na praça. 

Busto feminino gigante mantado no Largo da Batata, em São Paulo. Foto: Divulgação

Exposições, debates, experiência imersiva 3D sobre a doença e outras atividades vão abordar o tema do Outubro Rosa de formas variadas durante o mês de outubro. Além disso, também serão realizados corte de cabelo solidário, carreta da mamografia, oficinas, performances artísticas e palestras. 

A iniciativa terá, pela primeira vez, um formato híbrido, com parte da agenda transmitida pelas redes sociais, no Instagram e Facebook, ampliando o alcance das informações para diferentes partes do País. 

A repórter viajou a convite da Pfizer. 

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