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Colômbia

Colômbia afirma que ELN pretendia "se apoderar" da fronteira com a Venezuela

Ministro do Interior assegurou que o governo tomará "medidas diversas" para fortalecer a presença militar na fronteira e impedir que os rebeldes tomem o controle

Ministro do Interior da Colômbia, Juan Fernando Cristo, se reuniu nesta quarta na cidade de Ocaña com os prefeitos dos municípios que formam a região de Catatumbo (nordeste), onde o Exército de Libertação Nacional (ELN) realizou um ataque sem precedentes Ministro do Interior da Colômbia, Juan Fernando Cristo, se reuniu nesta quarta na cidade de Ocaña com os prefeitos dos municípios que formam a região de Catatumbo (nordeste), onde o Exército de Libertação Nacional (ELN) realizou um ataque sem precedentes  - Foto: Raul Arboleda / AFP

O ministro do Interior da Colômbia, Juan Fernando Cristo, afirmou nesta quarta-feira (22) que o ELN pretendia "se apoderar" da fronteira com a Venezuela ao executar, desde a semana passada, um violento ataque que já deixou mais de 80 mortos em uma região de fronteira.

"O que eles pretendiam era (...) tomar conta da fronteira colombo-venezuelana na região de Catatumbo por razões estratégicas, para se apoderar das rendas criminosas", disse o ministro à imprensa.

Cristo se reuniu nesta quarta na cidade de Ocaña com os prefeitos dos municípios que formam a região de Catatumbo (nordeste), onde o Exército de Libertação Nacional (ELN) realizou um ataque sem precedentes em mais de uma década.

O ministro assegurou que o governo tomará "medidas diversas" para fortalecer a presença militar na fronteira e impedir que os rebeldes tomem o controle.

Ao menos 80 pessoas morreram como consequência da investida da guerrilha contra a população civil e dos confrontos com dissidentes das extintas Farc que operam na região, segundo informaram as autoridades.

A Defensoria do Povo, órgão estatal, afirmou que mais de 32.000 pessoas foram forçadas a se deslocar para zonas urbanas, principalmente nas cidades de Cúcuta e Ocaña.

Foi "uma operação brutal, uma operação premeditada (...), desrespeitando todas as normas de direitos humanos e do direito internacional humanitário", acrescentou Cristo.

O governo reconhece que os guerrilheiros mobilizaram tropas desde o departamento de Arauca, na região de Llanos Orientais, até as montanhas de Catatumbo, sem serem notados.

O presidente Gustavo Petro criticou os órgãos de inteligência e afirmou que o ataque surpresa do grupo de inspiração guevarista representa um "fracasso" para o Estado.

O mandatário de esquerda suspendeu os diálogos de paz iniciados em 2022 com este grupo insurgente.

"O ELN jogou no lixo essa oportunidade" de assinar a paz, acrescentou Cristo, sem precisar se o governo considera encerrar as negociações definitivamente.

O ELN já controla grande parte da fronteira e, se conseguir tomar Catatumbo, dominará as rotas do tráfico de cocaína na região.

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