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Persona non grata

Colômbia diz que veto a Petro no Peru 'não afeta' relações diplomáticas

Em comunicado, a chancelaria colombiana garantiu que não afetará a "histórica relação"

Gustavo Petro, presidente da ColômbiaGustavo Petro, presidente da Colômbia - Foto: LUIS ROBAYO/AFP

O governo colombiano assegurou neste domingo (19) que a decisão do Congresso peruano de declarar seu presidente, Gustavo Petro, "persona non grata" por comparar a polícia peruana com as tropas nazistas “não afeta a histórica relação” bilateral.

"O Ministério das Relações Exteriores (...) interpreta que se trata de um ato de caráter político do órgão legislativo peruano, que não compromete o povo e, portanto, não afeta a histórica relação com nossa nação irmã", afirmou a chancelaria colombiana em um comunicado.

A moção do Congresso proíbe a entrada do presidente da Colômbia no Peru e foi aprovada por ampla maioria na noite da sexta-feira.

No último fim de semana, Petro se referiu à mobilização e desfile de policiais peruanos no centro de Lima, enquanto sindicatos e organizações sociais se reuniam a alguns quarteirões de distância para protestar contra a presidente Dina Boluarte.

“Marcham como nazistas contra seu próprio povo, violando a Convenção Americana de Direitos Humanos”, disse o primeiro presidente de esquerda da Colômbia.

Em resposta, o parlamento peruano rejeitou o que considera "declarações inaceitáveis do Sr. Petro, que constituem uma ofensa à Polícia do Peru, à República do Peru e, ao banalizar o Holocausto, constituem também uma ofensa a todo o povo judeu".

Petro, um ex-guerrilheiro, junto com os governos também de esquerda do México, Bolívia e Argentina, manifestou apoio ao ex-presidente peruano deposto Pedro Castillo, que está detido em uma prisão de Lima desde 7 de dezembro sob a acusação de rebelião, depois de tentar dissolver o Congresso e governar por decreto.

A saída de Castillo do poder desencadeou uma onda de manifestações no Peru, às vezes violentas, que deixaram pelo menos 48 civis mortos em confrontos durante os protestos. Os manifestantes exigem a renúncia de Boluarte e eleições gerais.

"A Colômbia (...) aproveita esta oportunidade para lamentar os recentes atos de violência ocorridos no Peru, que afetaram a integridade de seus cidadãos, tanto civis como membros da força pública", acrescentou a chancelaria em sua mensagem.

Desde que Boluarte chegou ao poder, a diplomacia peruana teve vários atritos com os governos da Colômbia, México, Argentina e Bolívia.

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