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São Paulo

Com aumento de lotação por Covid-19, hospitais privados já cancelam cirurgias eletivas

Segundo o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, nos últimos dez dias houve crescimento das internações por Covid-19 em 91% dos hospitais privados pesquisados

O cenário vem de pesquisa do Sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistasO cenário vem de pesquisa do Sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Com aumento dos casos por Covid-19, mais de 40 hospitais privados paulistas já estão lotados. Com isso, muitos estão cancelando cirurgias e procedimentos eletivos.

O cenário vem de pesquisa do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas) com 80 instituições. Mais da metade (53%) relata taxas de ocupação entre 91% e 100%, e a decisão de cancelar as cirurgias e procedimentos eletivos (52%).

Nesta sexta (26), hospitais de ponta de São Paulo, como Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e BP (Beneficência Portuguesa), que não fazem parte do SindHosp, estavam com taxas de 104%, 97%, 98% e 98%, respectivamente. Mas os quatro descartaram o risco de cancelamento de cirurgias eletivas nesse momento.

No Einstein, três pacientes não-Covid esperavam no PA (pronto-atendimento) vaga na UTI. No Sírio-Libanês, durante a semana, cerca de 20 pessoas esperaram diariamente por uma vaga, conforme a Folha apurou.
Ambos os hospitais dizem que a rotatividade de leitos é um processo dinâmico, com constantes alterações ao longo do dia.

"Em tempo real, um comitê interno avalia a necessidade de realocar ou abrir novos leitos. Essa implantação não acontece imediatamente, pois requer uma mobilização interna, o que, naturalmente, gera um período de espera até a acomodação do paciente", diz nota do Sírio.

Segundo o comunicado, na área hospitalar, esse fluxo faz parte do dia a dia, e é encarado como um processo de giro de leitos, e não uma fila de espera. Os outros hospitais têm a mesma justificativa.

"Nosso gerenciamento de leitos nos permite fazer rapidamente ajustes necessários na quantidade destinada para os casos de Covid-19, garantindo o atendimento de todos os pacientes, incluindo aqueles que escolhem a BP para cuidar de outras condições de saúde", diz Luiz Bettarello, diretor-executivo médico e de desenvolvimento técnico da BP.

Nas instituições menores, porém, a realidade é outra. Dos 80 hospitais que fazem parte da pesquisa do SindHosp, que somam 5.696 leitos clínicos e 2.575 leitos de UTI, 53% dizem que não têm condições de aumentar o número de leitos destinados à Covid-19.

Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, nos últimos dez dias houve crescimento das internações por Covid-19 em 91% dos hospitais privados pesquisados,

"O problema não é leito de enfermaria, e sim de UTI. Se eu tenho dez leitos de UTI e chega um paciente Covid, os nove já se transformam automaticamente em leitos para Covid porque não dá para separar", diz Balestrin.
Com a maior demanda por leitos de Covid, houve também aumento de preços de medicamentos, especialmente os sedativos e relaxantes musculares, de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e a falta de profissionais de saúde. Mais da metade (54%) relata essas dificuldades.
"Estamos esperando o pior para as próximas semanas. É muito importante que as pessoas sigam usando máscaras, com distanciamento social e higiene constante das mãos. Não parem de se cuidar", afirma Balestrin.
Em entrevista coletiva nesta sexta, o secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchteyn afirmou que houve aumento de 13% de internações por Covid. São 6.767 pacientes internados nas UTIs, 510 a mais do observado no pico da primeira. Há risco de esgotamento total dos leitos nos próximos 20 di

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