Com insultos e ataques, Trump e Biden intensificam campanhas nos estados-chave dos EUA
Os dois candidatos se reunirão em Nashville, no Tennessee, na próxima quinta-feira para o debate presidencial final
O presidente Donald Trump em Nevada e seu oponente democrata, Joe Biden, na Carolina do Norte: os dois candidatos à eleição presidencial dos EUA viajaram para estados-chave neste domingo (17), na véspera de uma semana crucial para a campanha, marcada por ataques mútuos.
Como em 2016, Trump - que busca um segundo mandato - realiza uma campanha frenética com várias viagens por dia. Depois de pousar na noite de sábado em Las Vegas, ele encontrou centenas de fiéis em uma igreja evangélica na cidade neste domingo.
Pouco praticante, o milionário conservador depositou várias notas de 20 dólares na cesta de doações. Mais tarde, ele deve encontrar eleitores em Carson City, capital de Nevada, um estado no qual seu oponente democrata tem uma vantagem de cinco pontos.
Depois de também participar de uma missa em Wilmington e rezar no túmulo de seu filho Beau, Joe Biden viajou para Durham, Carolina do Norte. Dali, pediu a seus seguidores que não esperem até o dia 3 de novembro para votar, principalmente o eleitorado afro-americano, com o qual conta para vencer neste estado onde lidera o adversário por 2,7 pontos.
"Esta nação é forte o suficiente para enfrentar honestamente o racismo sistêmico e oferecer ruas seguras para famílias e pequenos negócios que são muitas vezes os mais afetados por saques e incêndios", lançou o democrata, referindo-se especialmente a George Floyd, o cidadão afro-americano que morreu sufocado por um policial branco no final de maio em Minneapolis. Sua morte gerou inquietação na cidade e uma onda histórica de indignação contra o racismo.
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Político veterano, Biden lidera as pesquisas nacionais com nove pontos percentuais. De forma mais importante, embora por uma margem mais estreita, aparece à frente nos estados-chave, que a cada eleição podem votar em um partido ou outro.
Para mobilizar seus partidários, Trump promete, apesar das pesquisas, "uma onda vermelha de uma magnitude nunca antes vista", em referência à cor do partido republicano.
Os dois candidatos se reunirão em Nashville, no Tennessee, na próxima quinta-feira para o debate presidencial final, mas Trump já intensificou seus ataques a Biden nos últimos dias.
"Joe Biden é um político corrupto e todo mundo sabe disso", escreveu no Twitter o presidente neste domingo.
Em seu comício no sábado em Michigan, outro estado crucial para as eleições, ele chamou Biden de "criminoso" e disse que representava "um risco à segurança nacional".
Trump também atacou a governadora democrata do estado, Gretchen Whitmer, que impôs severas restrições para combater a pandemia do coronavírus, enquanto a multidão gritava: "Coloquem-a na prisão!"
- "Terrorismo doméstico -
Whitmer, um ferrenha opositora do presidente, se tornou alvo de um grupo de extrema-direita que planejou sequestrá-la e julgá-la por "traição". Os indivíduos que participaram foram presos recentemente antes que pudessem realizar seu plano.
"É incrivelmente perturbador" que o presidente "inspire, incentive e incite este tipo de terrorismo doméstico", disse Whitmer à NBC no domingo.
"As pessoas estão frustradas com esta governadora e isso não tem nada a ver com a tentativa de atacá-la", respondeu Lara Trump, a nora do presidente, à CNN, argumentando que o presidente não fez "absolutamente nada para incitar as pessoas a ameaçar Whitmer".
Trump "deve perceber que as palavras de um presidente dos Estados Unidos têm peso", disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, à ABC.
Biden, por sua vez, denunciou neste domingo a gestão da pandemia pela Casa Branca, em um momento em que, segundo ele, "a situação se agrava" nos Estados Unidos, com mais de 8 milhões de casos e quase 220 mil mortes por covid-19.
"O presidente sabia desde janeiro o quão perigoso era o vírus e o escondeu do país", disse o candidato democrata em Durham, referindo-se às revelações de um jornalista sobre Trump ter sido avisado sobre o risco da pandemia.
Biden já havia criticado pouco antes por comunicado o presidente que "continua a minimizar o covid-19".
Trump, que sempre relutou em usar máscara, foi hospitalizado por três noites após contrair o novo coronavírus no início de outubro. Desde então, ele retomou sua campanha em um ritmo de maratona, alegando estar "imune".