Com o aumento de doenças respiratórias nas crianças, Pernambuco abre novos leitos de UTI
No ano passado, Pernambuco registrava, em média, 53 solicitações por leitos de UTI infantil por semana no mesmo período sazonal. Na semana passada, o número triplicou e chegou a 150
Devido ao aumento dos casos de doenças respiratórias nas crianças em Pernambuco e a sobrecarga nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o Governo do Estado vai abrir, nas próximas duas semanas, 80 novas vagas de UTI pediátrica. No ano passado, Pernambuco registrava, em média, 53 solicitações por leitos de UTI infantil por semana no mesmo período sazonal. Na semana passada, o número triplicou e chegou a 150.
O anúncio foi realizado, nesta quarta-feira (18) durante coletiva de imprensa com o secretário de Saúde, André Longo e o médico pediatra, membro da Sociedade Brasileira de Imunizações e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, Eduardo Jorge da Fonseca.
Aliada à abertura de leitos, o governo nomeou 369 concursados para reforçar a rede pública estadual de Saúde. Do total de convocados, são 72 médicos, 129 analistas em saúde (profissionais de nível superior), 166 assistentes em saúde (profissionais de nível médio), além de dois fiscais de vigilância sanitária. Dentre os médicos, 14 são pediatras e 46 são fisioterapeutas, que irão reforçar os plantões em unidades de referência em pediatria.
Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) autorizou o reforço nas escalas de plantão de pediatria e de fisioterapia nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais e está realizando capacitações dos profissionais.
O secretário de Saúde, André Longo, afirma que a situação é grave e é o “pior momento da pediatria em muitos anos”.
“Nós estamos vivendo um grande aumento de casos de doenças respiratórias como nunca havíamos visto, com um maior grau de severidade e uma maior frequência de solicitação de leitos pediátricos. Desta vez, com foco nas crianças de até 2 anos predominando o vírus sincicial respiratório (VRS), e naquelas maiores de 2 anos predominando o rinovírus humano (HRV). A rede privada também está pressionada”, destacou.
Cuidados necessários
De acordo com o pediatra Eduardo Jorge da Fonseca, é indicado que as crianças evitem lugares fechados e com aglomeração durante o período sazonal para evitar o contágio pelas doenças.
“A maioria dos casos fazem infecções leves, com tosse, coriza, febre baixa, com uma resolução de 3 a 5 dias. No entanto, mesmo não sendo uma característica em todos os casos, há quadros de maior gravidade. Indicamos que, se possível, evitem nesse momento lugares fechados e com aglomeração. Esperamos que em junho, esses números comecem a reduzir e desafogar o sistema de saúde”, afirmou.
Como medidas essenciais para reduzir a transmissibilidade dos vírus, o médico pediatra ressaltou, ainda, a importância de lavar as mãos e lavar as narinas com soro fisiológico. "Só é necessário procurar as grandes emergências pediátricas em casos mais graves quando houver algum sintoma mais persistente, como febre de 3 a 5 dias e desconforto respiratório. Inicialmente, as famílias devem procurar as unidades básicas de saúde", finalizou.
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Importância da vacina
Durante a coletiva, André Longo reforçou a necessidade dos pais e responsáveis vacinarem as crianças. De acordo com o gestor, as coberturas para a Covid-19, para a Influenza e para praticamente todas as vacinas do público infantil, estão abaixo das metas no Estado.
Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
Devido a superlotação e restrição de atendimento na emergência pediátrica dos Hospitais Municipais do Recife Helena Moura e Maria Lucinda, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital determinou o pronunciamento da Secretaria Municipal de Saúde do Recife no prazo de 72 horas. A secretaria deverá informar as providências adotadas para solucionar o problema.
Nesta quinta-feira (19), o MPPE realiza uma audiência virtual com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e o Cremepe para discutir sobre a lista de espera de leitos de UTI infantil.