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Longevidade

Com presença de especialistas e personalidades, Bradesco Seguros promove Fórum da Longevidade

Com a expectativa de vida ao nascer aumentando gradativamente no Brasil, a longevidade tornou-se um tema ainda mais debatido na sociedade

Com presença de especialistas e personalidades, Bradesco Seguros promove 17º Fórum da LongevidadeCom presença de especialistas e personalidades, Bradesco Seguros promove 17º Fórum da Longevidade - Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

SÃO PAULO (SP) — Com a expectativa de vida ao nascer aumentando gradativamente no Brasil, a longevidade tornou-se um tema ainda mais debatido na sociedade. Ter uma vida longeva requer diversos esforços, como cuidar da saúde física, mental e financeira não só na velhice, mas durante todas as fases. O conceito de longevidade vai além de viver mais e precisa estar aliado à qualidade de vida. 

Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou e passou de 15,2 milhões (8,7%) para 33 milhões (15,6%). 

Em 2070, os idosos devem representar cerca de 37,8% dos habitantes do País, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas nessa faixa etária. Ainda de acordo com a instituição, a expectativa de vida do brasileiro passou a ser de 76,4 anos para quem nasceu no ano passado. 

Discussões 
Para tratar de assuntos que cercam a longevidade, o Grupo Bradesco Seguros realizou, na última terça-feira (8), a 17ª edição do Fórum da Longevidade, no Teatro Bradesco, em São Paulo.

Com apresentação de Cissa Guimarães, e participação de especialistas, personalidades e do público em geral, o evento promoveu painéis sobre saúde, bem-estar, finanças, gerações, entre outros temas.

Em homenagem a Elis Regina, o encontro teve início com a apresentação musical de Pedro Mariano e Rafaela Mariano, filho e neta da artista. 

Em seguida, o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, deu as boas-vindas aos convidados e pontuou que a sociedade é formada, cada vez mais, por pessoas longevas.

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

“A expectativa de vida das crianças brasileiras é cada vez maior e tão importante quanto viver mais, é importante garantir a qualidade de vida a cada ano de vida”, destacou.

Segundo o diretor-presidente do Grupo Bradesco Saúde, Carlos Marinelli, cada dia vivido com saúde é um passo importante rumo a uma vida longa, saudável e feliz.

“É por isso que a nossa empresa acredita de maneira inequívoca na utilidade e na urgência deste fórum. A longevidade é um assunto que desafia a humanidade, nos estimula a sermos melhores e nos alimenta com o anseio de vivermos de maneira plena cada vez mais”. 

O médico-gerontólogo e consultor de Longevidade do Grupo Bradesco Seguros, Alexandre Kalache, mencionou que os pilares social, conhecimento, saúde e financeiro são fundamentais para a longevidade.

Médico-gerontólogo e consultor de Longevidade do Grupo Bradesco Seguros, Alexandre Kalache | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

 

“Com saúde e com conhecimento a gente continua viável e é fundamental para o futuro desse País, porque o único segmento da população que continua aumentando é o grupo de 60+. Em 2038, nós vamos chegar ao pico da população, 230 milhões e a partir daí a população brasileira vai começar a decair. É um desafio que nenhum outro País enfrentou, nós somos cobaias”, disse o especialista.

“O único grupo que continuará crescendo é exatamente este grupo [60+] que se envelhecer de forma ativa continuará acrescentando e contribuindo para que o Brasil possa ser mais competitivo e produtivo”, complementou. 

Ele também externou que o brasileiro sempre se refere ao “velho” como o outro e acaba não incorporando o conceito. A juventude não dura para sempre e o processo natural da vida é envelhecer. 

“Alguns ficam surpresos um dia fazendo a barba e descobrem, em frente ao espelho, o pai, mais tarde percebem o avô. O envelhecimento não é nada súbito, o envelhecimento é uma construção e é essa construção que nós queremos trazendo a palavra longevidade para a frente”. 

Durante o evento, a professora titular de genética humana na Universidade de São Paulo (USP) e fundadora/CEO da biotech gen-t, Lygia Pereira, palestrou sobre como a genética pode melhorar aspectos da saúde que levam à longevidade. 

Ela destacou que as diferenças genéticas entre cada um ditam as pré-disposições a uma série de doenças e outras características de saúde. A resposta a medicamentos também é, de alguma forma, influenciada pela genética. 

Professora titular de genética humana na Universidade de São Paulo (USP) e fundadora/CEO da biotech gen-t, Lygia Pereira | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

“A medida em que a gente for conhecendo isso melhor, quais são as variações genéticas que estão associadas às nossas diferentes características de saúde, a gente, primeiro, vai entender melhor o funcionamento do nosso corpo. A gente vai poder tomar medidas preventivas, então se eu sei que eu tenho uma genética de predisposição à hipertensão, eu vou poder adaptar o meu estilo de vida para fazer o melhor daquela genética e talvez nem manifestar aquela hipertensão”, alertou. 

O desenvolvimento de medicamentos a partir dos resultados de pesquisas sobre genética também é uma alternativa para melhorar a longevidade.

“Ao entender quais são aqueles genes que, por exemplo, estão envolvidos no alzheimer, eu vou entender que proteínas são essas e tentar desenvolver medicamentos que atuem exatamente naquele alvo, mais precisos e mais eficientes. Essa é a grande promessa da genética para melhorar a nossa saúde e logo a nossa longevidade”, acrescentou a especialista.  

Ícone da longevidade da 17ª edição do Fórum, a atriz e cantora Zezé Motta completou 80 anos em junho deste ano. Ela destacou os cuidados que tem para uma vida mais longeva.

Atriz e cantora Zezé Motta | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

“Eu me cuido direitinho, visito médico de seis em seis meses, tenho uma alimentação saudável, faço exercícios, enfim, cuidados básicos”. 

Para as pessoas que lutam contra algum tipo de doença, a artista deixou um recado.

“Não pode desistir, tem que lutar pela vida. A vida é um dom divino, um privilégio. Na verdade, a gente tem que cuidar para não adoecer, porque hoje em dia se trabalha com prevenção. A gente não espera adoecer. É claro, acontece, mas se a gente fica atento para não adoecer é o ideal, mas se isso acontece, ‘bora’ procurar ajuda”.  

Os presentes também assistiram a uma palestra internacional com Alexandre Sidorenko, ex-diretor do Programa da Organização das Nações Unidas para o envelhecimento, além de uma apresentação sobre gerações, com Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência e da Bradesco Capitalização. O diretor-presidente da Bradesco Auto/RE, Ney Dias, também deixou uma mensagem aos convidados.

Indicador de longevidade 
Em parceria com o Instituto Locomotiva e o médico-gerontólogo Alexandre Kalache, o Grupo Bradesco Seguros desenvolveu o “Indicador de Longevidade Pessoal” que mostra a relação do brasileiro com a longevidade. 

Nele, são abordados diferentes aspectos da vida, com perguntas sobre atitudes em relação à longevidade, saúde física, saúde mental, interações sociais e meio ambiente, cuidados de saúde e prevenção, e finanças. 

Antes de ser divulgado para o público em geral, a pesquisa foi realizada com um grupo de 1.058 pessoas maiores de 18 anos, de todas as regiões do Brasil, entre 06 e 13 de março.

Segundo o diretor do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha, o levantamento foi desenvolvido a partir de várias mãos. 

Diretor do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

“Para dar conta do desafio da longevidade, nós reunimos um conjunto de especialistas coordenado pelo professor Kalache, mas ouvindo muitas vozes, buscando muitas fontes para conseguir produzir um indicativo que contribua para a realidade brasileira, para a compreensão e para a sensibilização de como nós, na nossa rotina, no nosso cotidiano, podemos impactar positivamente a nossa própria longevidade”. 

Desafios 
O questionário, realizado de maneira digital por autopreenchimento, apontou que a finança é o aspecto mais desafiador da longevidade para os brasileiros. 

De acordo com os dados, 4 em cada 10 entrevistados possuem reserva financeira para a aposentadoria, mas quase metade (49%) considera que suas atitudes financeiras contribuem para a longevidade. 

Segundo o economista, professor e membro da Academia Brasileira de Letras Eduardo Giannetti, que promoveu uma palestra sobre finanças no fórum, para o nível de renda médio por habitante do brasileiro, a população poupa em uma proporção muito pequena da renda. 

Economista, professor e membro da Academia Brasileira de Letras, Eduardo Giannetti | Foto: Fabio Salles/Casa da Photo

“A poupança de cada camada de renda dentro da sociedade é feita de acordo com a sua condição. A cultura brasileira não é uma cultura da poupança. Nós somos uma cultura focada no momento, desfrutar e viver o momento, que eu acho algo belo, desde que não prejudique demais o nosso futuro. Tudo que diz respeito ao longo prazo no Brasil é precário”.

Ele também citou que a educação financeira deve ser incorporada com mais atenção desde o início da formação. 

Além do aspecto financeiro, a saúde mental também foi um pilar com baixo desempenho. Apesar de 61% das pessoas considerarem que suas ações com a saúde mental contribuem muito para a longevidade, apenas 29% afirmam ter muitas oportunidades para realizar atividades de lazer. As mulheres, pessoas mais jovens e mais pobres apresentam os piores resultados no subindicador de saúde mental.

A preocupação com os cuidados com a saúde é demonstrada pelo brasileiro, porém alguns recortes se destacam negativamente: 52% dos brasileiros entre 18 e 29 anos buscam atendimento de saúde apenas quando estão com muito incômodo/problemas graves de saúde; menos de 1/3 da população come 3 ou mais porções de frutas, legumes ou verduras por dia; e, nas classes D e E, 10% não costuma consumir estes alimentos.

*A jornalista viajou a convite do Grupo Bradesco Seguros 

 

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