Com queda na ocupação das UTIs, melhora na pandemia em Pernambuco depende da vacinação
Em quase um mês, índice de leitos ocupados caiu 36%. Para especialistas, cenário ainda exige cautela e medidas de prevenção devem ser mantidas.
Em meio ao avanço na vacinação contra a Covid-19, com a chegada de mais um lote da Pfizer nesta quinta-feira (8), os índices de adoecimento na pandemia parecem dar os primeiros sinais de melhora.
Em quase um mês, a ocupação dos 1.646 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da rede pública de Pernambuco apresenta queda contínua. Desde o dia 12 de junho, a última vez em que a taxa esteve em 97%, a redução foi de 36%, chegando, nesta quinta, a 64%.
O alívio na pressão sobre o sistema de saúde é sentido na ponta. No Agreste, o Hospital Municipal Manoel Afonso, de Caruaru, atingiu, na última quarta-feira, a menor taxa de ocupação da UTI desde a chegada do coronavírus.
Segundo a prefeitura da cidade, a unidade, que conta com dez vagas de terapia intensiva, estava com quatro leitos ocupados, o que equivale a um índice de 40%.
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Cuidados continuam sendo essenciais
Apesar das boas notícias, este momento de melhora deve ser visto, na avaliação de especialistas, com cautela, já que a Covid-19 continua sendo transmitida em patamares elevados.
O pesquisador Jones Albuquerque, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que o número de leitos disponíveis no ano passado era menor do que agora. “Hoje os nossos 64% de ocupação são mais de 1,4 mil leitos. A gente tem uma taxa de infectados por dia muito alta ainda e uma fração de vacinados baixa”, pondera.
Por isso, é fundamental manter os cuidados de prevenção à doença, mesmo com a vacinação.
“O que está em jogo é as pessoas manterem o uso de máscara, até porque já foi descoberta a circulação da variante delta em São Paulo. E tem muita gente que não está vacinada ou só tomou uma dose, o que pode não ser suficiente para prevenir essa variante”, explica o infectologista Demetrius Montenegro.