Com tatuagem de onda feita por ele mesmo, André diz que voltará a surfar após mordida de tubarão
Desenho no punho esquerdo traz uma onda e as cores do reggae, traços da personalidade dele
A mordida de um tubarão cabeça-chata na perna esquerda não será responsável por encerrar a prática do surfe para André Luiz, que revelou que o retorno ao mar em cima da prancha está entre as primeiras atividades que fará após o período de recuperação, ainda sem data para acontecer.
“Com toda certeza eu voltarei a surfar. É amor. Mas agora irei mais consciente, para não me arriscar mais. Tem coisa que não acontece por acaso, que é para a gente criar experiência”, disse o homem de 32 anos, se recuperando dos ferimentos na casa da mãe, em Olinda.
“Eu não me abalei nem vou dizer que fiquei com medo do mar. Não tenho raiva do tubarão”, disse entre risos.
A paixão pelo esporte começou quando André ainda era uma criança, como “herança” passada ainda em vida pelo seu pai. As ondas das praias de Gaibu e Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, são testemunhas.
“Surfo desde cedo. Saía na hora do almoço, dava 18h e eu ainda não tinha voltado. Meu pai gosta do mar e do surfe, e quando eu ia para casa dele, via sempre os quadros de surfe e as pranchas. Eu tinha oito anos quando já ia para dentro do mar. Fui crescendo e hoje tenho domínio de correnteza”, afirmou.
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Também de forma natural, a história se repete. Agora com o filho de oito anos de André. “Quando tinha três anos, meu filho entrava na caixa d’água do quintal e mergulhava com a mão na parede treinando. Hoje ele já sabe o que tem que fazer quando a onda vem”, disse o pai orgulhoso.
No coração e na pele
A ligação com o mar também está estampada na pele de André, numa tatuagem feita por ele próprio. O desenho, no punho esquerdo, traz uma onda e as cores do reggae, marcas da personalidade do homem.
“Fui eu mesmo que tatuei, tem o reggae e o mar, como se tivesse na minha veia”, disse, revelando que também tatuou em si um um “caracol do mar” no pé direito.
Já em relação ao estilo musical, o reggae está presente na vida de André por meio de amigos que partilham ondas, como por exemplo o baterista da banda Capim Santo, que dedicou um dos shows do grupo no Carnaval a André.
Quer mudar cenário
O retorno ao mar é impulsionado ainda pelo desejo de mudança no cenário, para que o que aconteceu não volte a ser uma realidade. Uma sugestão internacional foi levantada por André.
“Eu vou buscar apoio para que isso não aconteça mais. Lá fora existem redes de proteção de aço e acompanhamento com biólogos”, exemplificou.