ESTADOS UNIDOS

Com voos cancelados em Orlando, brasileiros relatam os impactos do furacão Ian

Um milhão de residências estão sem luz na Flórida; autoridades americanas afirmam que rajadas de vento chegam a 240 km/h

Furacão Ian Furacão Ian  - Foto: Handout / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

A passagem do furacão Ian pelo estado da Flórida, nos Estados Unidos, forçou o fechamento dos aeroportos de Orlando, na manhã desta quarta-feira (28), causando o cancelamento de centenas de voos — apenas a American Airlines cancelou 600 voos. Alguns brasileiros, que estavam com a data prevista para embarque nesta quarta-feira, precisaram mudar os planos. Os parques da Disney e da Universal ficarão fechados pelo menos até quinta, assim como outros parques temáticos da região, como o Busch Gardens.

O influencer Pedro Certezas, que está em Orlando a passeio com a namorada Caroline Simões desde o dia 17, retornaria ao Brasil nesta quarta mas teve o voo cancelado.

— Nosso voo era às 17h, mas anunciaram que o aeroporto fecharia de hoje às 10h30 até sexta-feira (dependendo do estrago que ele pode sofrer). Porém acho depois das 15h de ontem já não saiu mais nenhum voo comercial daqui — relatou ao Globo. Pedro também tem gravado vídeos em suas redes sociais contando a experiência.

Apesar dos cuidados, Orlando ainda não faz parte das cidades com maior alerta em relação ao furacão. No entanto, os dois estocaram água e alguns mantimentos para os próximos dias.

—É normal que cortem a água dos estabelecimentos por causa da contaminação, aí a instrução é estocar. Mas a princípio o hotel vai ter um restaurante aberto durante esses dois dias — afirma Pedro, que esteve na segunda-feira em Tampa, região afetada pela tempestades e as inundações.

Quem também estava com voo marcado para retornar ao Brasil é o administrador Matheus Sanders, de 23 anos. Há oito dias em Orlando, o jovem vai estender até o dia 1°, data prevista para o novo embarque. Segundo ele, o anúncio do cancelamento foi feito ainda na noite de terça-feira. Matheus, que está na companhia da mãe, relatou que está acompanhando os noticiários, porém sem “desespero”.

— Eu estava a passeio em Orlando com a minha mãe há 8 dias. Recebi as notícias e no aeroporto disseram que os voos estavam normais, com um pouco de atrasos, mas tudo ok. Mas ontem mesmo já mudou. Começaram a fechar escolas, comércios e voos cancelados. Nunca passei por algo assim, mas estou calmo, minha mãe está com bastante medo — afirma Matheus.

O músico Bruno Coronel, de 34, que mora em Orlando há três anos e meio, conta que já sente os impactos do Furacão Ian. Eles já estão sem internet, TV a cabo e os elevadores do condomínio estão sem funcionar. Por prevenção, a família optou por comprar comidas enlatadas, pães e água. Ele conta ainda que nunca presenciou algo parecido.

— Estamos aqui há três anos e meio. Quando chegamos tinha um outro alerta de furacão. Mas eles sempre perdem a força pra chegar aqui na parte central da Florida. Quando chega fica nublado e com chuva. Das outras vezes não chegou a cair a luz. Morávamos em outro condomínio com escada mas a internet e a tv a cabo funcionaram normalmente —relembra.

'Impactos catastróficos'
Autoridades dos EUA confirmaram que o furacão Ian, de categoria 4, chegou ao estado da Flórida, com ventos de até 240 km/h, e que deve provocar "impactos catastróficos" na região, como alertam os serviços de emergência. O furacão também causou estragos em Cuba, que está sem energia elétrica há mais de 12 horas.

Os impactos em terra já foram sentidos antes mesmo de sua chegada: de acordo com um serviço que monitora cortes no fornecimento de energia nos EUA, o PowerOutage, um milhão de consumidores estão sem luz no estado. Em Cape Coral, cidade que está na rota do furacão, autoridades afirmam que há registros de "danos estruturais significativos".

Um dos maiores temores das autoridades era de que Ian ganhasse força e se tornasse um furacão de categoria 5, a mais elevada na escala Saffir-Simpson, que mede a força e o potencial de destruição. Apenas duas tempestades dessa categoria, que têm ventos de mais de 250 km/h e ondas de 6 metros ou mais, atingiram os EUA nos últimos 30 anos, ambas na Flórida. Desde 1851, quando os dados começaram a ser compilados, só quatro furacões dessa magnitude atingiram o país.

Contudo, as autoridades meteorológicas americanas preveem que Ian perderá força nas próximas horas.

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