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GUERRA ISRAEL-HAMAS

Combates prosseguem em Gaza apesar dos sinais de possível trégua entre Israel e Hamas

Ministério da Saúde do Hamas registrou 112 mortos nas últimas 24 horas em Gaza

Bombardeio na Faixa de GazaBombardeio na Faixa de Gaza - Foto: Jack Guez/AFP

Os combates entre o Exército israelense e o movimento islamista palestino Hamas prosseguiram nesta sexta-feira (2) na Faixa de Gaza, à espera de uma trégua que permita enviar ajuda humanitária ao território devastado, após quase quatro meses de guerra e uma troca de reféns por presos palestinos.

O Ministério da Saúde do Hamas registrou 112 mortos nas últimas 24 horas em Gaza. A assessoria de imprensa do movimento islamista relatou bombardeios perto de Khan Yunis, a maior cidade do sul do território, que se tornou o principal cenário das operações israelenses nas últimas semanas. Vídeos da AFP mostram pessoas fugindo de disparos nesta localidade.

O Crescente Vermelho palestino afirmou, por sua vez, que franco-atiradores de Israel estavam disparando contra um de seus edifícios, onde milhares de pessoas estão refugiadas.

Segundo dados processados a partir de imagens do Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT), "aproximadamente 30%" da infraestrutura da Faixa de Gaza já tinha sido danificada entre 6 e 7 de janeiro, quando já havia se passado três meses de guerra.

Segundo a ONU, mais de 1,3 milhão de habitantes do território palestino de seus quase 2,4 milhões, estão amontoados em Rafah, no extremo sul do território, vivendo em condições catastróficas, à beira da fome e de epidemias.

As fortes chuvas desta sexta-feira inundaram as barracas e as lonas de plástico que se multiplicam por todas as ruas da cidade, segundo imagens da AFP.

Ao menos 17 mil crianças foram separadas dos pais na Faixa ou estão desacompanhadas desde o início da guerra, segundo uma estimativa da ONU. "Cada uma delas tem uma história comovente de dor e perda", disse Jonathan Crickx, porta-voz do Unicef nos Territórios Palestinos.

Em duas semanas?
Na frente diplomática, os esforços continuam para tentar obter uma segunda trégua, após a de novembro, que permitiu a libertação de uma centena de reféns em troca da soltura de quase 300 prisioneiros palestinos.

Representantes de Estados Unidos, Catar, Egito e Israel redigiram uma proposta de trégua e troca de reféns em Paris, que segundo uma fonte do Hamas é composta por três fases.

A primeira incluiria uma trégua de seis semanas, período em que Israel libertaria de 200 a 300 presos palestinos em troca de 35 a 40 reféns. Além disso, entre 200 e 300 caminhões de ajuda humanitária poderiam entrar diariamente em Gaza.

"Esta proposta foi aprovada pela parte israelense e agora temos uma confirmação preliminar positiva do Hamas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al Ansari, que espera "poder dar uma boa notícia nas próximas duas semanas".

Uma fonte do grupo islamista, no entanto, declarou à AFP que "ainda não há acordo sobre a implementação" da proposta e que "a declaração do Catar foi apressada e não é correta".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é pressionado tanto pelas famílias dos reféns para alcançar um acordo, assim como por alguns de seus ministros, que ameaçam renunciar no caso do anúncio de um pacto "muito generoso" com os palestinos.

Quase 250 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel e executaram um ataque que matou cerca de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo o balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Israel afirma que 132 reféns continuam detidos em Gaza, dos quais acreditam que 27 tenham morrido.

Em resposta ao ataque, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre para "aniquilar" o movimento islamista, considerado um grupo terrorista por Estados Unidos e União Europeia, que deixou 27.131 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Sanções aos colonos
O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, anunciou na quinta-feira sanções a um grupo de colonos judeus acusados de violência contra civis palestinos na Cisjordânia, um território ocupado por Israel em 1967.

A violência dos colonos judeus atingiu "níveis intoleráveis", escreveu o presidente americano, Joe Biden, em sua ordem executiva.

Os colonos israelenses mataram ao menos 10 palestinos e incendiaram dezenas de casas na Cisjordânia ocupada em 2023, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos Yesh Din.

Israel rejeitou estas sanções e afirmou que a "absoluta maioria" dos colonos "são cidadãos que respeitam a lei" e que "Israel atua contra todos os que violam a lei em todas as partes".

A guerra em Gaza exacerbou as tensões no Oriente Médio, entre Israel e os seus aliados, e o Irã e o chamado "eixo de resistência", que inclui o Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah, as milícias iraquianas e os rebeldes huthis do Iêmen.

O presidente iraniano, Ebrahim Raissi, alertou nesta sexta-feira que qualquer ataque dos EUA em retaliação ao bombardeio que matou três soldados americanos na Jordânia em 28 de janeiro, atribuído a um grupo pró-Irã, a República Islâmica "responderá com firmeza".

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