Julgamento

Começa o julgamento do ex-presidente peruano Alejandro Toledo por subornos da Odebrecht

Toledo, de 77 anos, participou por videoconferência da pequena prisão para ex-presidentes onde está detido no leste de Lima

Sede da OdebrechtSede da Odebrecht - Foto: Reprodução/Internet

O ex-presidente peruano Alejandro Toledo começou a ser julgado nesta segunda-feira (16) por concluir receber milhões de subornos da Odebrecht, em um caso pelo qual pode ser condenado a até 20 anos de prisão.

O julgamento foi aberto com a acusação do promotor. "(Toledo) pediu 35 milhões de dólares (quase R$ 180 milhões na cotação atual) em troca de que a Odebrecht vencesse a concessão" da obra para construir uma rodovia entre o Peru e o Brasil, disse o promotor do caso, José Domingo Pérez .

“Vamos provar que Toledo dirigiu o processo de concessão da rodovia Interoceânica Sul (a favor da Odebrecht)”, acrescentou na audiência transmitida pela televisão do canal do Poder Judiciário.

Toledo, de 77 anos, participou por videoconferência da pequena prisão para ex-presidentes onde está detido no leste de Lima, após ser extraditado pelos Estados Unidos em 23 de abril.

O ex-mandatário entreviu apenas para confirmar seus dados pessoais antes da juíza Inés Rojas. Estava acompanhado de seu advogado e usava óculos e camisa clara.

A promotoria pediu 20 anos e 6 meses de prisão e que esteja impedida por nove anos de exercer cargas públicas pelos supostos crimes de colusão e lavagem de ativos em detrimento do Estado.

Toledo (2001-2006) negou as acusações desde 2016, quando uma construtora brasileira revelou perante a Justiça dos Estados Unidos uma esquema de corrupção em nível regional para vencer licitações públicas.

Desde abril, cumpre 18 meses de prisão preventiva no presídio de Barbadillo, uma pequena cadeia dentro de uma base policial onde também estão os ex-presidentes Alberto Fujimori (1990-2000) e Pedro Castillo (2021-2022).

O acordo para construir a estrada remanescente no primeiro semestre de 2004. As obras da rodovia interoceânica fazem parte de um grande eixo viário de 2.600 milhas para integrar esses países do Atlântico ao Pacífico.

O ex-chefe da Odebrecht no Peru, Jorge Simões Barata, confirmou à promotoria peruana o pagamento dos subornos em troca de não ser envolvido no processo. Barata vive no Brasil.

A trama de corrupção da Odebrecht atingiu quatro ex-presidentes do Peru. Além de Toledo, a promotoria investigou Alan García (2006-2011), que se suicidou em 2019 antes de ser preso, Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).

De todos eles, o único que até agora havia sido julgado foi Humala, cujo processo deverá ser concluído este ano.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter