Caso Moïse

Comissão da Câmara ouvirá família de Moïse e comunidade congolesa em diligências no Rio

Parlamentares participarão de missão oficial na capital fluminense na próxima segunda-feira para acompanhar investigações sobre assassinato em quiosque na Barra da Tijuca

Moïse Kabamgabe, congolês morto em quiosque na Barra da TijucaMoïse Kabamgabe, congolês morto em quiosque na Barra da Tijuca - Foto: Reprodução

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM) realizará na próxima segunda-feira uma missão oficial no Rio de Janeiro para acompanhar in loco as investigações relativas ao assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital.

Os parlamentares querem ouvir familiares da vítima, o governo do Estado, a prefeitura do Rio, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e a comunidade congolesa, além do Ministério Público e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

As diligências, previstas para os próximos dias 14 e 15, pretendem ainda verificar as condições de trabalho e eventuais dificuldades enfrentadas pelas famílias de refugiados na inclusão em políticas públicas. A missão já foi autorizada pela Presidência da Câmara dos Deputados.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Carlos Veras (PT-PE) viajará ao Rio de Janeiro no domingo à noite para iniciar as agendas já na manhã seguinte. Os familiares de Moïse serão os primeiros a serem ouvidos. Os demais compromissos ainda estão sendo alinhados.
 

— É urgente que se esclareçam as circunstâncias da morte do jovem Moïse e as condições sociais e de segurança da família. Também precisamos aprofundar a discussão sobre os direitos humanos dos refugiados no Brasil, para que essa barbárie nunca se repita — disse Veras.

Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES), respectivamente, presidente e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, também participarão das atividades.

Deputados federais de oposição ao governo apresentaram nesta segunda-feira um projeto de lei para que a União pague uma pensão vitalícia a Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe do congolês. A proposta é para que seja concedida uma pensão especial, mensal e vitalícia, em valor equivalente ao limite máximo do salário de benefício do Regime Geral de Previdência Social, atualmente fixado em R$ 7.087,22.

Gravações de câmera de segurança do quiosque Tropicália, na altura do posto 8 da Barra da Tijuca, mostram três homens espancando até a morte o congolês na noite do dia 24 de janeiro. Moïse teria ido até o local cobrar uma dívida de R$ 200 referentes a duas diárias de trabalho.

As imagens, obtidas pelo GLOBO, flagram os agressores dando socos, chutes e até golpes com pedaços de pau no estrangeiro. Mãe de Moïse, a comerciante Lotsove Lolo Lavy Ivone, afirmou que ver o vídeo foi como "uma sensação de morte" e "uma facada no coração".

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter