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Europa

Comissão Europeia quer mecanismo permanente de coordenação e reuniões frequentes com a CELAC

A Nova Agenda propõe que os encontros ansiosos de governantes sejam alternados com reuniões entre os ministros das Relações Exteriores.

Chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell,Chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, - Foto: Frederick Florin/AFP

A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia (UE), pretende definir um sistema regular de reuniões de cúpula com os países da América Latina e do Caribe (que integram a CELAC) e quer estabelecer um mecanismo permanente de coordenação, de acordo com um documento ao qual a AFP teve acesso.

Os países da UE e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) participarão em um encontro de cúpula em Bruxelas nos dias 17 e 18 de julho - a reunião anterior aconteceu em 2015.

A agenda, elaborada pela equipe do chefe da diplomacia europeia Josep Borrell, propõe, entre outras coisas, a adoção de um mecanismo permanente de coordenação e reuniões mais frequentes.

"Com a proposta, queremos destacar em alto e bom som (...) nossa vontade de escrever uma nova página de progresso na história de nossas relações", disse Borrell em entrevista coletiva ao apresentar a nova agenda.

"Este é um ano chave para as relações entre Europa e América Latina", acrescentou o diplomata espanhol.

O documento defende uma "associação estratégia reforçada e modernizada" entre a UE e a CELAC, por meio de compromissos políticos renovados e do estímulo ao comércio e investimentos.

A proposta pede ainda que os encontros frequentes de governantes sejam alternados com reuniões entre os ministros das Relações Exteriores e sugere a retomada de "reuniões de cúpula bilaterais com aliados estratégicos como Brasil e México".

De acordo com o documento, a UE e os países reunidos na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) "são associados naturais (...) unidos por laços históricos e culturais únicos".

Os dois blocos podem atuar em parceria em temas como "os desafios geoestratégicos, mudança climática e crise ambiental, mudanças tecnológicas e a crescente desigualdade", relata o texto que será discutido pelos comissários europeus.

A proposta destaca que as relações comerciais entre os países dos dois blocos são baseadas em uma "rede de acordos" bilaterais e regionais, mas defende a conclusão das associações que ainda estão pendentes.

O vice-presidente executivo da Comissão, Valdis Dombrovskis, destacou que a UE deseja alcançar "progressos decisivos" em relação aos acordos comerciais com o México e o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai).

A agenda também defende avanços na ratificação dos acordos com Chile, México, América Central, Colômbia, Peru e Equador, mas afirma que é necessário "considerar o fortalecimento das previsões de sustentabilidade”.

Por este motivo, segundo Dombrovskis, o documento "define o caminho para uma agenda nova e forte entre nossas regiões".

O comércio entre a UE e os países da CELAC em 2022 alcançou 293 bilhões de euros. De acordo com a Comissão, a balança é equilibrada, com um superavit de 5 bilhões para a UE".

Em 2021, os investimentos diretos de empresas europeias nos países da CELAC atingiram 693 bilhões de euros, valor que, segundo a Comissão, é o equivalente ao valor dos investimentos europeus na China, Índia, Japão e Rússia.

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