Comissária europeia pede retirada de bebês gerados por barrigas de aluguel na Ucrânia
Bebês não podem ser retirados por seus futuros pais devido à invasão russa
A Comissária de Assuntos Internos da União Europeia (UE), Ylva Johansson, pediu, nesta quarta-feira (16), a evacuação dos bebês nascidos de barrigas de aluguel da Ucrânia, que não podem ser retirados por seus futuros pais por causa da invasão russa.
"Durante a pandemia, muitos dos recém-nascidos não puderam ser entregues, ficaram bloqueados e foram atendidos em orfanatos", declarou Johansson aos deputados do Parlamento Europeu.
"No caso das barrigas de aluguel que estão dando à luz neste momento, os bebês tampouco podem ser entregues e se encontram em uma situação incerta", advertiu.
"Então, no meu ponto de vista, há uma enorme necessidade de evacuar essas crianças", acrescentou a comissária sueca, que também manifestou preocupação pelo destino das crianças que estão nos orfanatos.
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"Alguns orfanatos foram esvaziados pelos russos e ninguém sabe realmente onde estão essas crianças", afirmou.
A Ucrânia é um dos poucos países do mundo a permitir a prática comercial de gestação de substituição para cidadãos estrangeiros.
Segundo as estimativas, a cada ano nascem na Ucrânia entre 2.500 e 3.000 crianças para clientes que vivem fora do país, em lugares como Brasil, China, Estados Unidos e União Europeia.
A pandemia do coronavírus colocou o setor no centro das atenções, que estava no auge de sua expansão na Ucrânia.
Uma importante clínica de Kiev publicou um vídeo de dezenas de bebês nascidos de barrigas de aluguel, cujos pais não puderam viajar à Ucrânia para recebê-los devido ao fechamento das fronteiras.