Comitê alerta para aumento de casos de dengue, zika e chikungunya na França
No verão passado, a França metropolitana registrou 65 casos de dengue autóctone
Nos próximos anos, haverá um aumento de casos de dengue, zika e chikungunya na França – advertiu o Comitê de Vigilância e Previsão dos Riscos à Saúde (Covars).
Em um relatório de 60 páginas divulgado nesta quarta-feira (5) sobre "os riscos sanitários da dengue e outras arboviroses" (vírus transmitidos principalmente por mosquitos), o Covars lembra que os territórios tropicais franceses enfrentam essas doenças de forma recorrente.
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Há alguns anos, a metrópole também vem registrando um número crescente de casos autóctones (ou seja, não procedentes de contaminação fora do território). A causa são os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus (vulgarmente conhecido como mosquito tigre).
Desde 2010, o número de departamentos metropolitanos colonizados pelo mosquito tigre multiplicou por 10.
E, no verão passado, a metrópole registrou 65 casos de dengue autóctone, enfatiza o Covars.
Na França metropolitana, nenhuma forma grave da doença foi observada até o momento, ao contrário dos territórios ultramarinos, onde as populações estão continuamente expostas.
“O crescimento do número de casos é inevitável, devido ao aumento das viagens e à mudança climática”, disse o entomologista Didier Fontenille, um dos autores do relatório, em entrevista coletiva.
Segundo o Covars, essas doenças virais "podem se tornar problemas de saúde pública na metrópole".
A próxima organização de grandes eventos esportivos internacionais em território francês — em particular os Jogos Olímpicos de Paris-2024, os quais geram migrações significativas de populações procedentes de todo o mundo — "reforça os riscos de que haja focos de dengue, zika e chikungunya", acrescenta.