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Vacinas

Comitê de especialistas autoriza reforço da vacina da Johnson & Johnson nos EUA

A eficácia contra a covid-19 sintomática aumentou de 70% para 94% após uma segunda dose administrada dois meses após a primeira

Vacina contra a Covid desenvolvida pela empresa Janssen, braço farmacêutico da Johnson & JohnsonVacina contra a Covid desenvolvida pela empresa Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson - Foto: Frederic J. Brown/AFP

Um painel de especialistas médicos de alto nível aprovou por unanimidade, nos Estados Unidos, a recomendação de autorização para uma segunda dose da vacina da Johnson & Johnson (J&J).

A decisão ajudará a pôr fim na sensação de limbo de 15 milhões de americanos que receberam a dose única, mas que estavam preocupados se seria o suficiente para protegê-los, especialmente após o surgimento da variante Delta.

Os membros do comitê, convocados pela Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), concordaram com a empresa farmacêutica que os testes de segurança e eficácia respaldam uma segunda dose desse imunizante, que originalmente é de dose única.

É possível que a FDA e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) ainda alterem a recomendação, que deve ser seguida por uma autorização de uso de emergência dentro de dias ou semanas.

Vários dos especialistas independentes sugeriram que, embora a J&J tenha solicitado permissão para um reforço, uma segunda vacina da J&J deveria, na verdade, ser considerada uma dose "adicional" necessária para atingir a vacinação completa.

"Acho que, francamente, sempre foi uma vacina de duas doses. É difícil recomendá-la como uma vacina de dose única", afirmou Paul Offit, especialista em vacinas do Hospital Infantil da Filadélfia.

Também foi solicitado ao painel discutir, mas não votar, a questão do chamado reforço "mix and match", em que uma pessoa recebe uma marca ou tipo de vacina de uma tecnologia diferente da usada na dose inicial.

Peter Marks, cientista da FDA, disse que "é possível" que a questão seja votada no futuro.

Um estudo preliminar realizado esta semana mostrou que as pessoas que receberam a vacina da J&J podem se beneficiar de uma dose de reforço de um imunizante diferente, de RNA mensageiro (mRNA), como o da Pfizer ou o da Moderna.

A vacina de injeção única da J&J nunca foi tão eficaz quanto suas contrapartes de mRNA de dose dupla, mas algumas evidências sugerem que ela é menos suscetível ao declínio de eficácia do que a da Pfizer e da Moderna, devido à tecnologia de vetor viral por trás dela.

No entanto, a empresa apresentou dados que mostram que a eficácia contra a covid-19 sintomática aumentou de 70% para 94% após uma segunda dose administrada dois meses após a primeira, em um ensaio realizado nos Estados Unidos. Esses números são semelhantes aos das vacinas de mRNA.

A reunião desta sexta-feira aconteceu depois que o mesmo comitê votou na quinta-feira a favor da autorização de uma dose de reforço da Moderna para grupos de risco: maiores de 65 anos, pessoas que correm maior risco de desenvolver uma versão grave da doença e aqueles cujo trabalho ou situação pode envolver uma exposição frequente ao vírus.

Uma decisão semelhante já havia sido tomada para a vacina da Pfizer semanas antes, já que os especialistas estavam preocupados que um reforço poderia não ser adequado para todos, especialmente homens mais jovens com risco de desenvolver miocardite como efeito colateral.

Mas a decisão sobre a J&J se aplica de forma mais ampla, a todas as pessoas acima de 18 anos que receberam uma dose da vacina pelo menos dois meses antes.

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