Comitê recomenda que Doria feche igrejas e mude critério do Plano SP para evitar caos
Governador deve decidir se segue recomendações e anunciar novas medidas na quarta-feira (3)
Os médicos do centro de contingência para a Covid-19 recomendaram ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que ele volte a determinar o fechamento de igrejas e recue na decisão de transformá-las em atividades essenciais.
Eles também recomendaram que as taxas de internação em leitos de UTI que determinam se uma região vai para a fase vermelha no Plano São Paulo, com restrições rígidas à circulação de pessoas, caiam de 75% para 70%.
As taxas de ocupação de leitos de UTI são hoje de 74,3% na Grande São Paulo e de 73,2% no estado. Se Doria seguir os conselhos, todas as regiões voltam para a fase vermelha. Médicos que integram o grupo dizem que é isso ou o colapso do sistema de saúde, gerando o caos.
Os especialistas consideram que os templos estão entre os principais polos de disseminação do novo coronavírus. Eles são locais fechados em que as pessoas se aglomeram e cantam, muitas vezes sem máscaras e sem obedecer a qualquer critério de distanciamento social.
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Para os médicos, é preciso eliminar os atrativos para que as pessoas saiam de casa, já que boa parte da população já não toma os cuidados necessários para evitar se contaminar.
O estado de São Paulo está atravessando o pior momento da epidemia de Covid-19, com recorde de novos casos e uma explosão de internações. O próprio Doria afirmou nesta terça (2) que as próximas semanas serão as mais "graves, duras e trágicas" da pandemia.
Ainda assim, ele assinou um decreto que classifica as igrejas como atividades essenciais, permitindo que permaneçam abertas. Disse que é católico e que as orações ajudam a aumentar a resiliência e a esperança no futuro.
O estado de SP é o mais afetado pela Covid-19 em números absolutos. Já chegou ao total de 59 mil óbitos confirmados pela doença e mais de 2 milhões de casos durante toda a pandemia.