Como adaptar uso da máscara aos exercícios
Técnicas e atividades específicas ajudam a minimizar desconforto causado pela utilização do acessório. Veja também dicas para retomar treino de forma segura
Aos poucos, algumas atividades vão retornando ao cotidiano da população. O fato de ainda estarmos enfrentando uma pandemia, a do novo coronavírus, porém, tem obrigado a convivência com um novo normal. E uma das práticas que têm exigido um pouco mais de compreensão nesse retorno é a realização de exercícios físicos. Além da adaptação de movimentos para que sejam realizados em casa, a corrida ou caminhada na rua ganharam um novo acessório indispensável: as máscaras.
Desde a metade de maio, o uso de máscaras se tornou obrigatório em todo o Estado para as pessoas que saírem de casa. No entanto, algumas atividades físicas ficam impossibilitadas pela sensação de falta de ar causada pelo uso de máscaras. De acordo com o personal trainer Jonathan Andrade, além de obrigatórias, as máscaras são importantes para que se evite a contaminação durante a prática. “Apesar de inibir um pouco a respiração, sem a máscara liberamos CO2 (gás carbônico), que pode ser contagioso”, destacou.
Segundo ele, existem algumas técnicas que podem ajudar a diminuir essa sensação de falta de ar que pode ser causada pelas máscaras. “Na prática de qualquer atividade com uso de máscara, a pessoa vai sentir a diferença, não tem jeito, mas é interessante que haja o controle da respiração. Inspirar o oxigênio, segurá-lo por quatro segundos e depois soltá-lo lentamente é um exemplo.
De acordo com a pneumologista Magda Marusa, o que provoca esse desconforto é a exigência de uma força maior na musculatura respiratória para inspirar e expirar. Além de recomendar as máscaras de tecido para usar durante essas atividades, ela lembra ainda que não existe o perigo de a pessoa reter gás carbônico na máscara, o que seria prejudicial à saúde. “Segundo estudiosos na área, a vedação da máscara de tecido não é suficiente para que haja a retenção do CO2. Além disso, as máscaras deverão ser trocadas sempre que estiverem úmidas, para não prejudicar o seu desempenho”, ressaltou.
Além do uso de máscaras, também é importante respeitar o distanciamento mínimo de 1,5m a 2m, conforme explica a médica infectologista do Hospital Jayme da Fonte, Camila Martins. Camila menciona também que não existem estudos consistentes sobre a transmissão da Covid-19 através do suor. “Ainda não há evidências que confirmem esse tipo de transmissão. Sabemos que elas ocorrem pelas superfícies contaminadas, gotículas e aerossóis”, explicou. A infectologista lembra ainda que é indicado levar ao menos duas máscaras para a prática de atividade física para que seja trocada assim que uma estiver molhada. O objetivo é evitar que o material não perca a capacidade de filtração.
Ainda conforme Jonathan, além de técnicas de respiração, existem exercícios que são mais indicados para a realização de atividades com máscaras, que são os de baixa intensidade, por exigirem um pouco menos do corpo. “E uma caminhada, uma corrida leve, o impacto é menor, e a falta de ar não impossibilita a atividade. Também é interessante apostar em treinos de força, agachamento, flexão de braços, entre outros”, afirmou. “É extremamente importante realizar qualquer tipo de atividade com a orientação de um profissional, principalmente em treinos mais pesados. Nesses casos, é ideal que sejam feitos em casa, pois não seria necessário usar máscara”, complementou.
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