Condenação dos réus no caso Marielle pode mudar o cenário da Segurança Pública do Rio, diz Freixo
O presidente da Embratur acompanha o julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que teve Marielle Franco como assessora parlamentar durante muitos anos, afirmou que o julgamento dos réus pela morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes representa um marco histórico no Rio. Freixo declarou esperar que a condenação de Lessa e Queiroz mude o cenário da segurança pública no estado.
— O assassinato da Marielle e do Anderson revelou um esgoto político dentro da segurança pública do Rio muito profundo, gente muito poderosa por trás. São réus confessos, nós sabemos disso, mas é muito importante esse julgamento. É uma data muito significativa para a segurança pública do Rio porque foram seis anos onde se tentou de tudo para que esse julgamento não chegasse. O que a gente espera é que chegue o momento de uma condenação justa, mas que também revele algo que possa mudar o Rio de Janeiro — diz.
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Ainda de acordo com Freixo, o envolvimento de dois ex-policiais militares no crime escancara a corrupção existente na cidade:
— São dois julgamentos distintos, hoje são os executores que são réus confessos, mas é importante dizer que são dois executores muito conhecidos pela segurança pública, são dois policiais, dois agentes. É inacreditável imaginar que o Ronnie Lessa, depois de tantos anos, é a primeira vez que ele é um réu. Quantas pessoas esse cara matou antes e não foi investigado? Quem é da segurança pública sabe o que eu estou dizendo. Talvez se o escritório do crime não tivesse sido a Delegacia de Homicídio durante tantos anos, a Marielle estivesse aqui entre nós.
Assim como Freixo, o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL), que acompanha o julgamento ao lado da família de Marielle, desabafou sobre a importância do julgamento para a família. O parlamentar pontua que o momento é doloroso, mas extremamente necessário.
— Foi muito doloroso para todos nós acompanhar cada depoimento dos familiares. Da Fernanda, que deu o seu depoimento sobre como eles viveram os momentos do crime e as consequências depois do crime, mas muito necessário para que a gente tenha também a dimensão afetiva, pessoal e familiar do crime e com isso a gente possa responsabilizar os réus — declara.
O julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, no 4º Tribunal do Júri, no Centro do Rio de Janeiro, começou com uma hora de atraso O corpo de jurados, formado por sete integrantes, é composto apenas por homens. Os primeiros a serem ouvidos serão as testemunhas de acusação. Fernanda Chaves, então assessora da parlamentar de Marielle, que estava no carro no momento do ataque foi a primeira a prestar depoimento. O julgamento não tem hora para terminar.