Conflito no Sudão se estende para novas regiões, alerta ONU
Há relatos "críveis", de acordo com Pobee, de novos surtos de violência étnica e estupros e abusos sexuais contra mulheres e meninas, perpetrados por homens armados, especialmente das RSF
O conflito armado no Sudão, que já provocou mais de 7,1 milhões de deslocamentos e 6 mil mortes em sete meses, está se ampliando para outras regiões, alertou nesta quinta-feira (16) a ONU, que denunciou surtos de violência étnica e contra mulheres.
"As hostilidades se propagam para novas áreas, como os estados de Gezira, Nilo Branco e Cordofão Ocidental, o que coloca em risco mais civis, assim como as operações humanitárias", disse nesta quinta, no Conselho de Segurança, a assistente do secretário-geral para a África, Martha Ama Akyaa Pobee.
Segundo a funcionária, em Darfur, as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) conseguiram significativos avanços militares entre 26 de outubro e 4 de novembro, assumindo o controle das bases das Forças Armadas Sudanesas (SAF) em Nyala (Darfur do Sul), Zalingei (Darfur Central) e El Geneina (Darfur Ocidental) nesse período.
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Agora estão se dirigindo para El Fasher, em Darfur do Norte, expandindo seu controle territorial sobre todos os lugares estratégicos da região de Darfur, acrescentou.
Há relatos "críveis", de acordo com Pobee, de novos surtos de violência étnica e estupros e abusos sexuais contra mulheres e meninas, perpetrados por homens armados, especialmente das RSF.
Desde 15 de abril, o chefe do Exército, general Abdel Fatah al Burhan, e as RSF do general Mohamed Hamdan Daglo estão em conflito pelo controle do país, resultando em mais de 6 mil civis mortos e 7,1 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Cerca de 4,1 milhões de pessoas receberam ajuda humanitária nos últimos sete meses, o que representa 22% do previsto pelas organizações humanitárias, indicou a funcionária.
Em 29 de outubro, as negociações foram retomadas em Jidá, sob a égide da Arábia Saudita e dos Estados Unidos. Apesar de as partes expressarem disposição para negociar um cessar-fogo, os confrontos têm se intensificado no terreno, lembrou Pobee.