Confrontos entre curdos e pró-turcos na Síria deixaram mais de 100 combatentes mortos
Segundo a OSDH, 85 são membros de grupos sírios pró-turcos e 16 das Forças Democráticas Sírias (FDS)
Mais de 100 combatentes foram mortos nos últimos dois dias em confrontos no norte da Síria entre grupos armados apoiados pela Turquia e forças curdas sírias, informou neste domingo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Os combates em aldeias ao redor da cidade de Manbij deixaram 101 mortos desde a noite de sexta-feira, 85 deles membros de grupos sírios pró-turcos e 16 das Forças Democráticas Sírias (FDS) dominadas pelos curdos, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
O Ministério da Defesa turco afirmou neste domingo no X que havia "neutralizado" 32 combatentes do "PKK/YPG" no norte da Síria.
As Unidades de Proteção Popular (YPG), espinha dorsal das FDS apoiadas pelos Estados Unidos, foram a ponta de lança da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI). A vizinha Turquia vê o YPG como uma extensão do seu inimigo jurado, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e frequentemente realiza ataques contra combatentes curdos na Síria e no Iraque.
As FDS disseram num comunicado que repeliram "todos os ataques de mercenários turcos por drones e pela aviação turca".
Grupos pró-turcos retomaram os seus ataques contra as FDS, enquanto os movimentos rebeldes islâmicos lançaram a sua ofensiva em 27 de novembro contra as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, que foi deposto onze dias depois.
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Os pró-turcos conseguiram capturar as cidades de Manbij e Tal Rifaat, no norte da província de Aleppo. Os combates continuaram desde então, com inúmeras vítimas.
Segundo Rahman, o próximo objetivo dos grupos pró-turcos é tomar as cidades de Kobane e Tabaqa, depois Raqa e finalmente expulsar as FDS dos territórios sob o seu controle.
As FDS controlam grandes áreas do nordeste e parte da província oriental de Deir Ezzor, onde os curdos estabeleceram uma administração autônoma após a retirada das forças governantes no início da guerra civil síria em 2011.
O novo líder sírio e líder do grupo islâmico Hayet Tahrir al-Sham (HTS), Ahmed al-Sharaa, declarou que as FDS devem ser integradas no futuro Exército sírio. O HTS liderou a coalizão de grupos rebeldes que anunciou em 8 de dezembro, após a entrada em Damasco, a queda do governo de Assad.