argentina

Congresso argentino confirma veto de Milei a aumento das aposentadorias

A lei, aprovada por maioria nas duas câmaras, concedia um aumento de 8,1% aos aposentados

Javier MileiJavier Milei - Foto: Tomas Cuesta/AFP

A Câmara dos Deputados da Argentina confirmou, nesta quarta-feira (11), o veto presidencial a uma lei que concedia um aumento aos aposentados, enquanto uma manifestação em frente ao Congresso repudiava a decisão.

Nos arredores da sede do Legislativo, em meio a fortes medidas de segurança, a medida foi rejeitada com cantos por uma multidão que se reuniu para acompanhar o debate.

Em uma discussão acalorada que durou mais de quatro horas, a decisão do presidente Javier Milei foi confirmada com 153 votos a favor, 87 contra e oito abstenções.

"Não podemos aprovar leis que impliquem despesas sem saber como serão financiadas", disse a deputada governista Juliana Santillán, do partido Liberdade Avança. "Não podemos gastar o que não temos, não há dinheiro", acrescentou, citando uma das frases mais usadas por Milei.

"É um argumento falacioso", rebateu o deputado Rodrigo De Loredo, presidente do bloco da União Cívica Radical (UCR), que se dividiu nessa questão. "Temos uma obrigação constitucional (...), vamos tentar fazer o governo repensar", afirmou, classificando como "feroz o ajuste que os aposentados sofreram".

A lei, aprovada por maioria nas duas câmaras, concedia um aumento de 8,1% aos aposentados, em um contexto de mais de 250% de inflação anual.

Milei, um ultraliberal, vetou a medida por ser "claramente violadora do marco jurídico vigente, já que não contempla o impacto fiscal da medida nem determina sua fonte de financiamento".

Patricia de Luca, uma psicóloga que acabou de se aposentar, disse se sentir "traída e desiludida" pelos seus representantes no Congresso, que apoiaram o veto.

Desde que assumiu a presidência em 10 de dezembro, Milei tem defendido o equilíbrio fiscal como meta.

No entanto, em julho, decretou um aumento de 700% no orçamento da Secretaria de Inteligência do Estado, com a alocação de uma verba extraordinária de cerca de 102 milhões de dólares (573 milhões de reais) em gastos sem a obrigação de prestação de contas.

No primeiro semestre deste ano, a Argentina obteve o primeiro superávit fiscal desde 2008, com a implementação de um corte drástico nos gastos públicos. Foram milhares de demissões, a paralisação de obras públicas, a redução do orçamento de universidades, institutos de ciência, pesquisa e desenvolvimento, e cortes nos subsídios às tarifas de serviços públicos.

Veja também

Restrições ao aborto na Flórida colocam pacientes em risco, segundo relatório
aborto

Restrições ao aborto na Flórida colocam pacientes em risco, segundo relatório

Pagers do Hezbollah: imagens mostram momento de explosões de aparelhos no Líbano
Hezbollah

Pagers do Hezbollah: imagens mostram momento de explosões de aparelhos no Líbano

Newsletter