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Crise no Peru

Congresso do Peru arquiva pedido de destituição contra presidente Boluarte

A sessão contou com a participação de 114 dos 130 legisladores

A presidente peruana Dina Boluarte fala durante coletiva de imprensa com membros da imprensa estrangeira em Lima, em 24 de janeiro de 2023A presidente peruana Dina Boluarte fala durante coletiva de imprensa com membros da imprensa estrangeira em Lima, em 24 de janeiro de 2023 - Foto: Cris Bouroncle / AFP

O Congresso do Peru arquivou, nesta terça-feira (4), um pedido de destituição contra a presidente Dina Boluarte, promovido pela esquerda opositora diante da repressão aos protestos que eclodiram após a deposição de seu antecessor, Pedro Castillo, que deixaram cerca de 50 mortos.

"Foram a favor 37 congressistas, 64 contra, 10 abstenções: portanto, a moção de vacância da presidente Dina Boluarte não foi admitida e é arquivada", anunciou o presidente do Congresso, José Williams.

A sessão contou com a participação de 114 dos 130 legisladores. Segundo o regulamento do Congresso, era necessário um mínimo de 50 votos para que a moção fosse levada a debate. Várias bancadas de esquerda votaram a favor, enquanto os votos contra e as abstenções vieram dos partidos de direita e extrema direita.

O congressista Hamlet Echeverría defendeu a moção por "incapacidade moral", afirmando que Boluarte ordenou a "execução" de 50 manifestantes, a maioria de grupos que tentaram tomar de assalto dois aeroportos nas regiões de Puno e Ayacucho, e foram repelidos pelas forças estatais.

A iniciativa contra Boluarte foi promovida por movimentos de esquerda afins ao ex-presidente Castillo, que foi destituído pelo Congresso em 7 de dezembro após uma tentativa fracassada de golpe de Estado ao tentar dissolver o Legislativo e governar por decreto.

Aos 60 anos, Boluarte, que era vice-presidente de Castillo, assumiu o poder em 7 de dezembro, cargo que deve exercer até julho de 2026.

Apesar da rejeição, os legisladores podem continuar apresentando moções de destituição contra a governante. Castillo, que exerceu 17 meses de seu mandato, enfrentou dois pedidos deste tipo antes de ser deposto.

Sua queda desencadeou violentos protestos nas regiões andinas do sul do Peru e em Lima, com mais de 50 mortos e mil feridos. Em 10 de janeiro, o Ministério Público abriu uma investigação contra Boluarte por supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves", embora ela desfrute de imunidade, que a impede de ser eventualmente levada a julgamento enquanto estiver no poder.

As manifestações contra Boluarte exigem a renúncia do governo, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições gerais.

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