Congresso do Peru rejeita dois pedidos para destituir Boluarte
Pedidos foram promovidos pela esquerda da oposição, devido ao escândalo de relógios e joias não declaradas que envolve a presidente
O Congresso do Peru rejeitou, nesta quinta-feira (4), a admissão para debate de dois novos pedidos de destituição contra a presidente Dina Boluarte, promovidos pela esquerda da oposição devido ao escândalo dos relógios Rolex e das joias não declaradas.
As moções, que acusavam Boluarte de "incapacidade moral permanente" para prosseguir até o final do seu mandato em 2026 devido ao fato de ser investigada por suposto enriquecimento ilícito, "não foram admitidas", disse o presidente do Congresso, Alejandro Soto, após finalizar as votações, que foram realizadas separadamente.
A maioria do Parlamento (unicameral), formada por bancadas de direita, rejeitou a ativação de um processo de impeachment contra Boluarte que levaria várias semanas.
O primeiro pedido obteve 49 votos contra, 33 a favor e 15 abstenções, enquanto o segundo alcançou 59 contra, 32 a favor e 11 abstenções, segundo anunciou Soto. Eram necessários 48 votos para a admissão do debate.
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Uma das moções foi apresentada pelo Peru Livre, partido de esquerda ao qual pertencia Boluarte, enquanto a segunda foi de autoria da bancada também esquerdista Mudança Democrática - Juntos pelo Peru.
As votações foram realizadas na véspera do depoimento da presidente peruana ao Ministério Público, nesta sexta-feira, sobre o escândalo conhecido como Rolexgate. No sábado, o MP e a polícia fizeram buscas em sua casa e seu gabinete à procura dos relógios e joias.
O Congresso havia concedido na quarta-feira um voto de confiança ao terceiro gabinete de Boluarte, liderado pelo primeiro-ministro Gustavo Adrianzén, portanto, estimava-se que os pedidos de impeachment teriam poucas chances de avançar.
Nos 16 meses da presidente no poder, os legisladores de esquerda apresentaram quatro moções de destituição contra ela. Nenhuma foi admitida para discussão.