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ESTADOS UNIDOS

Congresso encerra financiamento, e agência americana para 'desinformação estrangeira' é fechada

Órgão alertou que a China gastava bilhões de dólares para espalhar desinformação e ameaçava causar 'forte contração' na liberdade de expressão ao redor do mundo

Global Engagement CenterGlobal Engagement Center - Foto: Reprodução/Instagram

Uma importante agência do governo dos EUA que rastreia desinformação estrangeira encerrou suas operações, informou o Departamento de Estado nesta terça-feira, depois que o Congresso não estendeu seu financiamento após anos de críticas republicanas.

A Global Engagement Center, uma unidade do Departamento de Estado criada em 2016, fechou nesta segunda-feira (23), em um momento em que autoridades e especialistas que monitoram propaganda alertavam sobre o risco de campanhas de desinformação de adversários dos EUA, como Rússia e China.

"O Departamento de Estado consultou o Congresso sobre os próximos passos", diz o comunicado sobre o que aconteceria com a equipe do GEC e seus projetos em andamento após a paralisação.

O GEC tinha um orçamento anual de US$ 61 milhões e uma equipe de cerca de 120 pessoas. Seu fechamento deixou o Departamento de Estado sem um escritório dedicado a rastrear e combater a desinformação de rivais dos EUA pela primeira vez em oito anos.

 

Uma medida para estender o financiamento do centro foi retirada da versão final do projeto de lei bipartidário de gastos federais aprovado pelo Congresso dos EUA na semana passada. O GEC há muito tempo enfrenta o escrutínio dos legisladores republicanos, que o acusam de censurar e vigiar os americanos.

A agência também foi criticada por Elon Musk, que acusou a GEC em 2023 de ser a "pior infratora em termos de censura do governo dos EUA [e] manipulação da mídia" e chamou a agência de "ameaça à nossa democracia".

Os líderes do GEC rejeitaram essas opiniões, dizendo que seu trabalho é crucial para combater campanhas de propaganda estrangeira. Musk se opôs fervorosamente ao projeto de lei orçamentária original que teria mantido o financiamento do GEC, embora sem destacar o centro.

O bilionário é um conselheiro do presidente eleito Donald Trump e foi escolhido para comandar o novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), encarregado de reduzir os gastos do governo.

Em junho, James Rubin, enviado especial e coordenador do GEC, anunciou o lançamento de um grupo multinacional baseado em Varsóvia para combater a desinformação russa sobre a guerra na vizinha Ucrânia.

O Departamento de Estado disse que a iniciativa, conhecida como Grupo de Comunicações da Ucrânia, reuniria governos parceiros para coordenar mensagens, promover reportagens precisas sobre a guerra e expor a manipulação de informações do Kremlin.

Em um relatório do ano passado, o GEC alertou que a China estava gastando bilhões de dólares globalmente para espalhar desinformação e ameaçando causar uma "forte contração" na liberdade de expressão ao redor do mundo.

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