Vida Plena

Conheça a biblioterapia, método que usa a leitura como tratamento para depressão e ansiedade

Hábito é capaz de estimular a inteligência emocional; livros desempenham papel importante na redução do estresse e da angústia

LeituraLeitura - Foto: Pixabay

Ensinada na infância e indicada para o resto da vida, a leitura não tem contraindicações. Além dos já conhecidos benefícios para a educação, como o enriquecimento do vocabulário, a melhora do raciocínio e o aumento da capacidade de concentração, por exemplo, o hábito de ler também tem sido um aliado nos cuidados com a saúde da mente através da biblioterapia.

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De acordo com a psicóloga Elilian Kelly, especialista em psicologia clínica hospitalar do Hospital Jayme da Fonte, a leitura estimula a inteligência emocional. Com isso, os livros desempenham papel importante na redução do estresse e da sensação de angústia ou preocupação. Agindo também muitas vezes como um relaxante natural para os músculos. "Ao praticar a leitura, desenvolvemos a empatia, que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, de compreender e se solidarizar com a sua dor. Além disso, a leitura pode se tornar terapêutica  por meio das palavras de conforto e acaba sendo um tratamento para as pessoas que buscam suporte emocional", disse a especialista. 

Leitora desde muito jovem, a estudante Vitória Floro, 22, acabou se distanciando do hábito por conta da correria do dia a dia. Sentindo-se mal por ter, algumas vezes, um rendimento ruim na escola, Vitória recuperou a sua autoconfiança quando passou a se aventurar em obras de autores mais complexos. "Sempre fui uma criança que levava muita chamada na escola, nunca passei por média, demorei pra conseguir passar no vestibular, isso tudo abalou minha autoestima intelectual. Perceber que eu estava compreendendo autores complexos, como Clarice Lispector, Kafka, Drumond e Tolstoi, me ajudou muito a recuperar essa confiança no meu potencial intelectual", desabafou. Fiz as pazes comigo mesma e compreendi que existem diversos tipos de conhecimento e inteligência e todos são válidos", emendou Vitória.

 

Para a terapeuta Ana Rique, a leitura é uma forma de ocupar a mente de uma forma saudável. "A partir do momento que você se concentra em uma história, há uma mudança de foco e você se distancia dos sentimentos ruins" explicou Rique, que continuou afirmando que o estado psicológico positivo do paciente reflete também na imunologia dele.

O bibliotecário Túlio Revoredo ressalta que a biblioterapia também é utilizada como um cuidado paliativo, especialmente no trato de pacientes oncológicos. "Existem estudos que comprovam que a leitura pode funcionar como um atenuante da dor física, o que é muito importante porque reflete diretamente na melhora da qualidade de vida", destacou Túlio. 

Da área de exatas, a Engenheira da Computação Ana Massa se tornou íntima dos livros aos 10 anos, quando ganhou um clássico adolescente. Pegando gosto pelo hábito e percebendo que ele melhorava a escrita e expandia seu vocabulário, ler logo se tornou o hobbie de Ana, que resolveu criar um instagram literário: o @literinabooks.

"Durante a pandemia, eu conheci um universo de leitura nas redes sociais que eu não sabia que existia e decidi compartilhar a minha experiência com outras pessoas. Também tentei usar como uma forma de me manter focada em ler", relata Ana. 

Atualmente, Ana recebe muito retorno dos seus seguidores, falando como o perfil ajudou a cultivar o hábito da leitura. E, com o objetivo de se aproximar mais da comunidade, tem promovido e participado de leituras em grupo. "Nessas leituras coletivas eu pude conhecer muita gente legal e que faz um trabalho incrível falando de leitura. Tem sido ótimo para perder a timidez, além de ajudar a ter diferentes perspectivas. É uma forma de fazer amigos com o mesmo amor pela leitura que você e ao mesmo tempo fazer com que as pessoas conheçam o seu trabalho", finalizou.

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