Conheça navio-cargueiro de 300 metros e bandeira de Cingapura que derrubou ponte
Infográfico detalha rota e como ocorreu acidente que deixou ao menos sete desaparecidos nas águas do rio Patapsco, em Baltimore
Parte de uma ponte de três quilômetros de extensão em Baltimore, na Costa Leste dos EUA, desabou ao ser atingida por um navio de carga, na madrugada desta terça-feira (25). A embarcação Dali, propriedade da Grace Ocean Investment, estava a menos de 30 minutos de sua viagem planejada de 27 dias para o Sri Lanka quando bateu na ponte Francis Scott Key, deixando sete desaparecidos.
O navio, que navegava sob bandeira de Singapura, estava a caminho do Porto Colombo, o maior do país asiático, e deveria chegar lá em 22 de abril, segundo o VesselFinder, um site de rastreamento de navios. O Dali deixou o porto de Baltimore por volta da 1h da manhã de terça-feira.
O navio, com quase 300 metros de comprimento (948 pés) e 50 de largura, tinha dois pilotos e 22 tripulantes a bordo, segundo comunicados da Autoridade Marítima e Portuária de Cingapurade e dos proprietários da embarcação, a empresa Grace Ocean Investment. Não houve relatos de feridos na equipe.
Leia também
• "Não há indícios" de ato terrorista em desabamento de ponte nos EUA, diz polícia
• Socorristas procuram ao menos sete pessoas na água após queda de ponte em Baltimore
• Ponte desaba em Baltimore, nos EUA, após colisão de navio; equipes de resgate procuram 20 pessoas
O Dali foi construído em 2015 pela Hyundai Heavy Industries, com sede na Coreia do Sul. Antes de iniciar a viagem, ele retornou do Panamá aos Estados Unidos em 19 de março, ancorando em Nova York. Chegou então no sábado a Baltimore, onde passou dois dias no porto.
A Maersk, gigante da navegação, disse em comunicado que fretou o navio, que transportava carga da empresa. Não havia tripulação da multinacional a bordo, refere o comunicado, acrescentando que uma equipe está monitorando as investigações realizadas pelas autoridades e pelo Synergy Group, que operava o navio.
Entenda como foi o acidente
A ponte Francis Scott Key, inaugurada em 1977, cruza o rio Patapsco, na região do porto de Baltimore, e é uma importante via local. Mais de 12,4 milhões de veículos cruzaram a ponte em 2023, segundo um relatório do governo do estadual. Quando a estrutura foi inaugurada, o New York Times informou que os custos de construção totalizaram US$ 141 milhões, o que equivale a cerca de US$ 735 milhões (R$ 3,6 bilhões) em valores atuais.
A estrutura colapsou por volta da 01h30 (02h30 em Brasília), quando um navio-cargueiro de quase 305 metros de comprimento, carregado de contêineres, chocou-se contra um dos pilares de apoio centrais da ponte, provocando uma reação em cadeia. De acordo com uma declaração de Richard Worley, comissário de polícia de Baltimore, não há indicação de que a colisão tenha sido intencional
Autoridades confirmaram que pessoas e veículos caíram da ponte nas águas do rio. Inicialmente, uma estimava divulgada pelo Corpo de Bombeiros local indicava que cerca de 20 pessoas e carros teriam caído na água, mas informações mais recentes disseram que o número seria de sete.Barcos da Guarda Costeira e mergulhadores começaram uma operação em busca das vítimas imediatamente.
Horas após o início da operação, os serviços de emergência confirmaram ter retirado duas pessoas do rio, cujas águas estavam a uma temperatura de 9ºC, dentro de uma faixa que representa risco de hipotermia. Ao menos uma delas foi transferida para o hospital em "estado muito grave", segundo o chefe dos bombeiros, James Wallace. Ele acrescentou que as operações de busca continuam na tentativa de localizar ao menos sete pessoas, e que equipamentos de sonar detectaram a presença de veículos submersos.
O secretário de Transportes de Maryland, Paul Wiedefeld, disse que entre as vítimas do acidente estão trabalhadores que faziam um serviço de reparo na ponte. As autoridades criaram uma instalação para os familiares, enquanto as buscas continuam.
O incidente fez o governador do estado do Maryland, Wes Moore, declarar estado de emergência. Equipes de resgate entraram na água em busca de sobreviventes — os bombeiros trabalham com uma estimativa de que sete pessoas ainda estão na água.