NAVEGAÇÃO COMERCIAL

Conselho de Segurança da ONU exige fim imediato de ataques huthis no Mar Vermelho

Resolução proposta por Estados Unidos e Japão teve 11 votos a favor

Contratorpedeiro dos EUA USS Carney transita pelo Canal de Suez, em direção ao Mar Vermelho  Contratorpedeiro dos EUA USS Carney transita pelo Canal de Suez, em direção ao Mar Vermelho  - Foto: Aaron Lau / Departamento de Defesa dos EUA / AFP

O Conselho de Segurança da ONU exigiu nesta quarta-feira (10) o fim imediato dos ataques huthis à navegação comercial no Mar Vermelho, e pediu aos países que respeitem o embargo de armas a esses rebeldes, que controlam grande parte do Iêmen.

A resolução, proposta por Estados Unidos e Japão, teve 11 votos a favor e as abstenções de Rússia, China, Moçambique e Argélia, e "exige que os huthis cessem imediatamente todos os ataques que impedem o comércio global e que solapam os direitos de navegação e as liberdades, assim como a paz e segurança da região".

O texto também "condena nos termos mais contundentes os ataques contra navios mercantes e comerciais realizados desde 19 de novembro", quando os 25 tripulantes do Galaxy Leader foram sequestrados.

O órgão máximo da ONU para a paz e segurança mundiais "toma nota" do direito dos Estados-membros de defender os navios de ataques.

Desde o começo do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro, os huthis, ligados ao Irã, intensificaram seus ataques no Mar Vermelho para prejudicar o tráfego marítimo internacional, alegando que atuam em solidariedade aos palestinos de Gaza.

"Não podemos deixar de nos preocupar com a situação atual no Mar Vermelho, mas nos preocupa que os Estados Unidos e seus aliados prefiram, como fazem com frequência, optar por uma solução unilateral pela força", denunciou o embaixador russo, Vassili Nebenzia.

Após apontar as violações "em larga escala" do embargo de armas contra os huthis, a resolução reitera a necessidade de que todos os Estados-membros "respeitem suas obrigações" a esse respeito.

Segundo o relatório mais recente dos especialistas encarregados pelo Conselho de supervisionar o embargo de armas, datado de novembro, os huthis "reforçam consideravelmente sua capacidade militar em terra e no mar, bem como seu arsenal de mísseis e aviões não tripulados, violando o embargo".

A resolução pede que sejam discutidas "as causas profundas" da situação, "incluindo os conflitos que contribuem para as tensões regionais".

A Rússia, cujas três emendas ao projeto de resolução foram rejeitadas, queria acrescentar "o conflito na Faixa de Gaza" à lista de fatores que contribuem para as tensões.

Estabelecer essa relação com Gaza "teria encorajado os huthis e aberto um precedente perigoso para o Conselho, ao legitimar essas violações do direito internacional", explicou a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que criticou o apoio "financeiro e material" do Irã aos rebeldes iemenitas.

"Sabemos que o Irã está bastante envolvido no planejamento de operações contra navios comerciais no Mar Vermelho", ressaltou Linda.

"Continuamos muito preocupados com a situação no Mar Vermelho, não apenas pela situação em si, os riscos para o comércio mundial, o meio ambiente e as pessoas, mas também devido ao risco de escalada para um conflito mais amplo no Oriente Médio", declarou o porta-voz de Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.

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