Logo Folha de Pernambuco

Política internacional

Conselho Europeu e OMS defendem Tratado sobre Pandemias como "legado"

Para eles, líderes têm o dever de deixar Pacto Global

Conselho Europeu, Charles MichelConselho Europeu, Charles Michel - Foto: Francisco Seco / POOL / AFP

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, defenderam nesta terça-feira (30) um Tratado Internacional sobre Pandemias como "legado" que os líderes atuais têm o dever de deixar após a experiência da Covid-19.
 
Em entrevista conjunta e virtual, transmitida de  Bruxelas e Genebra, Charles Michel, que lançou no ano passado a ideia do tratado, e Ghebreyesus fizeram a defesa desse pacto global, apontando-o como um "legado" que os líderes têm o dever de deixar às próximas gerações.
 
Isso porque, afirmaram, "a próxima pandemia não é uma questão de "se", mas "quando"" e é preciso aprender com as lições da Covid-19, que "expôs fraquezas e divisões", disse o presidente do Conselho Europeu.
 
A entrevista desta terça-feira foi antecedida da publicação de um texto, em órgãos de comunicação social de todo o mundo, que defende a proposta do tratado e de "uma arquitetura sanitária internacional mais robusta". O texto é assinado por Charles Michel, Ghebreyesus e mais 25 líderes mundiais.
 
"O tempo de agir é agora. O mundo não pode esperar pelo fim desta pandemia para começar a preparar-se para a próxima. Não podemos permitir que as recordações desta pandemia se esvaneçam e voltemos à vida como antes. Não podemos fazer as coisas como fazíamos antes e esperar um resultado diferente", afirmou o diretor-geral da OMS, que pediu uma "ação robusta".
 
De acordo com Ghebreyesus, o tratado internacional poderia ser baseado na constituição da OMS, incluindo princípios de saúde para todos e não discriminação, ideia partilhada por Charles Michel.


Segundo o presidente do Conselho Europeu, a ideia fundamental é garantir, por meio do tratado, "uma abordagem global, para melhor prever, prevenir e responder a pandemias", especialmente com o reforço das capacidades globais e assegurando um acesso justo e universal a vacinas, medicamento e testes.
 
"O que desejamos é que esse debate que se seguirá sobre o tratado internacional seja um projeto comum. E esperamos que o conjunto dos países se envolva nas discussões", afirmou Charles Michel, assegurando que, pelos contatos bilaterais que tem mantido, está seguro de que mais países, além daqueles que já subscreveram o texto, deverão associar-se à iniciativa.
 
"É nossa responsabilidade, como líderes, garantir que a preparação para a pandemia e os sistemas de saúde estão prontos para o século 21. Deixemos um legado do qual todos possamos orgulhar-nos", disse.
 
Em novembro de 2020, Charles Michel lançou a ideia de um Tratado Internacional sobre Pandemias, apoiada, já neste ano, pelo G7 bem como pelos 27 Estados-membros da UE, em um Conselho Europeu no fim de fevereiro.

Veja também

Cuba analisa possibilidades em caso de litígio com fundo especulativo CRF
economia

Cuba analisa possibilidades em caso de litígio com fundo especulativo CRF

Entenda a linha direta entre EUA e Rússia por onde Moscou alertou o lançamento de míssil hipersônico
NOTIFICAÇÃO

Entenda a linha direta entre EUA e Rússia por onde Moscou alertou o lançamento de míssil hipersônico

Newsletter