RIO DE JANEIRO

Conselho Federal de Medicina mantém cassação do registro profissional de Jairinho

CFM manteve decisão do Cremerj de março do ano passado. Não cabe mais recurso

Jairinho Jairinho  - Foto: Brunno Dantas/TJ-RJ

O Conselho Federal de Medicina (CFM) manteve, nesta terça-feira, a cassação do registro profissional de Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, ex-vereador do Rio e réu pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em março de 2021. Não cabe recurso à decisão.

Em março do ano passado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) já havia cassado, por unanimidade, o registro de Jairinho, mas ele ainda podia recorrer ao CFM. Formado em Medicina pela Unigranrio em 2004, aos 27 anos, Jairinho nunca exerceu a profissão — no mesmo ano, foi eleito vereador pela primeira vez e iniciou carreira política.

O pai de Henry, Leniel Borel, disse que a cassação de Jairinho representa a justiça sendo feita pelo menino.

— É muito difícil como pai ter que lutar três anos por justiça todo dia. Hoje, vimos mais um capítulo da justiça sendo feita pelo nosso Henry. A cassação do CRM do Jairo, a interdição cautelar total e a perda da possibilidade de exercer medicina talvez seja uma das maiores penas deste monstro cruel. A decisão que o Conselho Federal de Medicina é exemplar e em prol da sociedade, devido ao covarde assassinato do meu filhinho e as demais acusações claras contra esse assassino. Espero agora que o Tribunal do Júri também faça a sua parte: justiça por uma criança brutalmente assassinada com a participação da mãe e do padrasto — disse Leniel.

Advogado de Leniel, Cristiano Medina da Rocha também comemorou a decisão do CFM:

— Esta condenação, que resultou na exclusão de Jairo dos quadros médicos, é um marco na busca por justiça para Henry e um testemunho da seriedade com que as infrações éticas, especialmente aquelas que culminam em crimes tão atrozes, são tratadas pelo sistema de justiça e pela comunidade médica.
 

Procurada, a defesa de Jairinho afirmou que vai buscar, pelos meios legais, a reversão da decisão.

Relembre o caso
A sindicância contra Jairinho foi aberta em março, quando vieram à tona as primeiras suspeitas de participação dele na morte do enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. Ele e a mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, estão presos desde abril e irão a júri popular pelos crimes.

Enquanto Jairinho é réu por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha, Monique responde por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

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