Conselho Metropolitano discute, nesta sexta-feira (11), reajuste na tarifa de ônibus
Preço do Anel A pode chegar a R$ 4,60. Sindicato das empresas quer aumento de 23% enquanto Governo do Estado defende incremento de 9,69%.
Esta sexta-feira (11) é um dia decisivo para os milhares de pernambucanos que, diariamente, giram a catraca do “busão” para poderem se deslocar pela Região Metropolitana do Recife (RMR).
Como ocorre em todo início de ano, o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), composto por órgãos públicos, incluindo Estado e prefeituras, e representantes das empresas de ônibus e da sociedade civil, vai bater o martelo sobre as propostas de reajuste no preço das passagens. A reunião começa às 9h, em formato virtual.
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Propostas em debate
Na ocasião, serão discutidas e submetidas à votação as propostas de recomposição tarifária que forem apresentadas.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) defende um aumento de 22,67%, o que faria a tarifa do Anel A subir dos atuais R$ 3,75 para R$ 4,60; a do Anel B, de R$ 5,10 para R$ 6,25; e a do Anel G, de R$ 2,45 para R$ 3. Em nota divulgada no mês passado, a entidade justificou que esses seriam os valores necessários em virtude da inflação alta no setor, “puxada pela variação dos preços do combustível”.
Já o Grande Recife Consórcio de Transporte, vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), diz que, a partir da análise de estudos técnicos, concluiu que o reajuste apenas com base na inflação teria de ser um pouco menor, 19,28%.
Entretanto, o órgão propõe um incremento de 9,69%, percentual que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de dezembro de 2020 a novembro de 2021. Dessa forma, os valores passariam a R$ 4,1080 (Anel A) e R$ 5,6159 (Anel B), que, caso aprovados, podem ser arredondados para um centavo a mais ou a menos. O “horário social”, com desconto de R$ 1 fora das horas de pico, seria mantido.
Cinco reajustes em sete anos
Se confirmado, este será o quinto aumento em sete anos (veja no infográfico acima). A última vez em que houve redução no preço da passagem ocorreu em 2013, quando, em meio aos protestos das “Jornadas de Junho”, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, anunciou que baixaria o valor em R$ 0,10, chegando a R$ 2,15 no Anel A.
Dois anos depois, a tarifa A aumentou em 10% e, a partir daí, todos os reajustes aplicados foram para cima. Em 2018 e 2020, o Governo do Estado rejeitou as propostas de aumento, e os valores foram congelados.
Movimentos sociais contrários ao possível novo reajuste prometem pressionar o CSTM a não aprovar a medida. O Comitê Unificado de Luta pelo Transporte Público, que reúne mais de 20 organizações, informou que vai organizar um ato a partir das 7h, no Cais de Santa Rita, Centro do Recife. O grupo pede ainda o fim da dupla função de motorista e cobrador e a implantação do Passe Livre para toda a população.